Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, abril 28, 2005

Rir é o melhor remédio.

Eu tenho uma amiga que nem sabe o bem que ela me faz. Provavelmente ela nem vai ler isso. Ela também nem sabe que eu e o noivo dela somos tão amigos que ele já me contou coisas que ela tem vergonha de contar. Que ele a ama mas nunca vai deixar de ser machista e chato quando bebe. Eu vou na casa dela e sorrio com as todas as besteiras que ela faz. Caretas, piadas. Até quando ela sorri eu sorrio junto, por que é engraçado vê-la feliz. Sei que ela deve ter um monte de defeitos, eu mesma sei de muitos, mas eu gosto dela a ponto de descartar tudo isso e só querer vê-la muito feliz. Eu queria que ela entendesse isso como eu entendo, mas talvez isso também tenha graça, gostar dela assim como eu gosto e nunca saber falar direito.

quarta-feira, abril 27, 2005

O homem que amava as mulheres.

Um amigo já tinha me recomendado esse filme de Truffaut. Ainda bem que eles colocaram em cartaz no festival de filme europeu que está agora lá no Top Cine. Não é um festival meeesmo, mas eu chamo assim por que tem cinema europeu pra tudo que é gosto, é festa. Eu tinha visto um do Bertolucci, Il Conformista. Mas esse de Truffaut é primoroso! Muito embora na época tenha suscitado uma discussão pelo Movimento Feminista que o filme pudesse conter caracteres machistas, eu acredito que o que está em jogo aqui é muito mais as relações humanas, como o homem vê a mulher e como a mulher quer ser vista ou é vista muitas vezes pelo homem. Morane, que é o homem interpretado pelo ator Charles Denner tem lá seus estereótipos construídos para falar de mulher (mas ora bolas, que não os tem?). Lembro-me agora de uma frase do Irvine Welsh, escritor de Trainspotting: "O amor tem seus próprios códigos bizarros.Uma das vantagens é que você precisa construir sua própria linguagem pessoal, que não pode ser dividida com outros".É isso aí. Gostei de uma coisa que Morane falou, perguntado por uma de suas amadas, se ele realmente desejava fazer parte da vida dela, aí ele se deu conta que não, ele apenas fingia aquilo, na realidade queria continuar sendo ele mesmo. Sozinho. Mas claro que a frase que define todo o percurso do filme é, sem dúvida, aquela que ele elabora para explicar o que seria para ele, as pernas de uma mulher: são "compassos que percorriam o globo terrestre em todas as direções, dando-lhe equilíbrio e harmonia".

segunda-feira, abril 25, 2005

Fiu-fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiu.

Recebi hoje o fiu-fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiu mais longo da história. Pô, o cara mereceu que eu olhasse para trás, só pelo fato de não fumar e conseguir um fiu-fiu tão alto e longo... disse-lhe PARABÉNS, e ele ficou meio sem entender... mas sorriu. Eu tenho vergonha de dizer isso, mas... Eu, com 24 anos, nunca assisti O Poderoso Chefão. Quase choro quando penso nisso. Tou com saudades de crianças.

sábado, abril 23, 2005

Agonia

A vida já é por si só uma completa agonia e fico eu aqui, piorando tudo isso, me fazendo pensar mais ainda sobre o que quero e o que não quero, o que devo e o que não devo. Quando a pergunta deveria ser apenas: Ainda vale a pena? Mas aí eu não tenho resposta, por causa da agonia ainda não sei se vale a pena ou não. Descobri que tou ficando velha e quero sim que alguém cuide de mim, que se importe comigo. Assim como eu também tenho prazer em cuidar, estar perto, ligar pra saber se chegou bem em casa, essas bobagens que preenchem a vida. Não quero mais aquele menininho de boina na cabeça que me diz que o amor não existe, o que existe de concreto é o sexo, então vamos trepar. Eu não aguento mais isso. Quero chegar em casa e ter alguém me esperando (o-ou, peraí, você ainda nem mora sozinha... tudo bem, gente, é só uma idéia bonitinha, mas é assim que vejo, chegando em casa de algum lugar louco e alguém pra me perguntar se eu tou muito cansada), não um moleque que me diga que transou com minha amiga pra abrir os chakras. Mas ao mesmo tempo, não sei até que ponto vale o sacrifício, se para ter isso eu preciso negar quem sou, prefiro ficar comigo, pra não me perder por aí. É que é tão bom, né? Você gosta, você sorri, quer mais, bate palmas, é um estímulo pra continuar vendo que tem ainda algo de bom na merda toda. Eu preciso aprender a ser só. Já dizia Tim Maia, e acho que ele dizia isso mais pra mim do que pra ele mesmo.

sexta-feira, abril 22, 2005

Amor à primeira vista.

Estava na fila com cara de intelectual. Desdém, do tipo: que que eu tou fazendo aqui, do lado dessas pessoas? De repente me chega um menino. Menino sim, ele tem 19 anos e eu 24, é um menino, já que eu tenho cara de intelectual com desdém. Ele me pergunta se a fila é aquela. Subitamente, eu me idiotizo e me apaixono perdidamente. Ele é uma graça, tem um sorriso lindo, etc, etc. Sim, sim, a fila é aquela, e se não fosse, seria, por que eu queria que fosse. Conversamos sobre filmes em cartaz, cinema latino, puxa, como o mundo é legal quando se foge dele, quando se escapa da realidade a vida até parece interessante! O filme acaba, a gente toma umas brejas juntos, juntos também com amigos dele, que me apresentam Cioran, um romeno que transcendeu Nietczhe e me disse que não se pode viver tendo a vida como única obssessão. Isso foi a única coisa que pude apreender do texto, já que os belos olhos do Pedro (sim, Pedro, esse é seu nome), não me deixavam voar tão longe. Não naquela noite, não, eu não queria. Eu queria fingir que não acreditava em nada daquilo, que isso de amor à primeira vista é tudo mentira, mas quando o Pedro sorria, eu procurava recuperar os pedacinhos do meu coração que ele ia esmigalhando pela Frei Caneca. Me senti uma boba por tentar fazê-lo sorrir mais do que ele já sorria habitualmente. Por tentar parecer "cool" aos seus belos olhos verdes. Mas sabe de uma coisa? Ainda não me arrependi.

terça-feira, abril 19, 2005

Os homens fazem tudo pra impressionar uma garota. TUDO, mas tudo mesmo que eles fazem podem se resumir nessa frase. Eu não vou ficar aqui dando exemplos, por que são muitos, são todos. Pense bem e você sempre lembrará de algum.

domingo, abril 17, 2005

Eu e minhas elucubrações

Não vem que não tem. O filme ontem foi lindo, a companhia muito legal (eu preciso de pessoas calmas na minha vida, que riam comigo e gostem de tomar chopp), e teve coisas que não saíram de nossa cachola. Da minha pelo menos não. O cara espera a mina por três anos. E ela se apaixona por outro cara três dias antes deles se reencontrarem. Foda? Não, não é mesmo. A vida é assim mesmo, uma caixa de surpresas, como já disseram muitos. Se tu tá na chuva, é pra se molhar. Se decidir esperar alguém, saiba que é só por sua conta e de ninguém mais. Não queira depois dos três anos cobrar fidelidade ou coisa do tipo. Isso me irrita deveras, transferir pro outro responsabilidades que são só suas. Eu não crio expectativas nenhuma por conta de relacionamentos à distância, e nem ficaria mal se chegassem em mim e falassem o mesmo, sobre se apaixonar por outro/a e tal. Por menos que goste, não consigo ver o amor como algo que aprisiona o outro, a fazer coisas que não gosta. O amor de três dias da garota pensa de um jeito, e ela de outro. Ele propõe que ela deixe tudo aquilo em que acredita para viver com ele, que também renegaria suas convicções para viver com ela, livre como o vento. Ela diz não e ele vai embora. Passado alguns minutos, ela vai ao encontro dele. Taí, eu não acredito nisso também! Pode funcionar alguns meses, você olha pro cara e acha que ele é a sua vida, que tudo que você precisa está ali... uma casinha, amor, amor e amor... enjoou? Pois é, todo mundo enjoa. Eu enjoaria, ia precisar das minhas coisas, as coisas que sempre defendi e amei, meu trabalho, isso ia me fazer mais forte pra amar alguém. E não amor amor amor e amor. Ainda bem que isso também, de algum modo, não dá certo no filme. Eu não vou parar nunca de filosofar sobre a vida vendo filme. Descobri.

sábado, abril 16, 2005

Rapidinha

Me disseram ontem: Ei, garota, cinema é entretenimento. Você não pode entrar numa sala achando que aquelas duas horas vão mudar sua vida" Hehe. Então esse blog vai deixar de existir, por que o que eu mais gosto é de contar histórias de filmes e como eles mexem comigo. Esses dias mesmo fui ver "Vozes Inocentes" e "Maria Cheia de Graça". Fiquei impressionada com os dois, no primeiro nas cenas onde a guerra atingiam diretamente a vida de crianças. Tanto as recrutadas como aquelas que só ouviam as bombas lá fora. E o segundo me impressionou demais. O mais foda é quando o Franklin (papel do Alex del Toro) fala pra Maria (Catalina Moreno) que tem sim um trabalho pra ela, de mula. E ela nem pergunta um "o que é", sabe, a maioria dos filmes fazem isso com a gente, fazem a gente de idiota. É tão comum ser mula, saber o que é isso, mesmo que você tenha só arrancado espinho de flor a vida toda num povoado da Colômbia. Mas depois dessa fala eu me peguei só vendo filmes bobinhos, como Miss Simpatia 1 e Sexo, Amor e Traição. Eu também posso, né? Agora correndinho que um amigo me espera pra ver O Clã das Adagas Voadoras.

sexta-feira, abril 08, 2005

Os travestis ou "O que faz duma mulher uma mulher?"

Eu estava numa fila dessas da vida e na minha frente, duas mulheres. Ôpa, dois travestis, bem vestidos de mulher, num salto agulha de doer só de olhar, perfumadas, cabelo escovado, peitos no lugar, bundinha empinada... olhei duas vezes para saber ter certeza que eram estavam travestidas ou estavam a me pregar uma peça. Automaticamente pensei: mas quem será de verdade mulher? Se for pelo tamanho do salto, a cor do batom, a bunda empinada, elas sim são mulheres, eu não passo de uma cópia mal-feita, ser andrógino jogado no mundo, Deus fez e jogou a forma fora sim, mas por que deu errado. E aí, que me dizem? Sou mulher por que tenho xoxota? Ah, mas quem liga? Dependendo da hora da noite, eles dois são bem mais mulher do que eu, dependendo do que queiram dizer ou impressionar... saí de lá em crise, ainda mais por que eu tinha perdido mesmo minha identidade. _____________________________________________________________________ Mas para que quem leia este blog não perca a fé na humanidade, liguei na Segurança do Hospital e minha identidade, perdida há 2 meses, está lá intacta, devolveram-na e eles a guardaram pra mim. Vem pra mamãe, vem!

terça-feira, abril 05, 2005

Fechada para Balanço.

Eu nunca, mas nunca mesmo, precisei tanto tomar uma decisão que me deixasse assim, roendo unhas. Nunca chorei tanto, pela mesma coisa, no mesmo lugar. São já dois dias de semana fechada e nada. As dúvidas continuam. Mas não era eu mesma que dizia que a gente não precisava acabar com elas? Mas com essas sim. Como saber? Essas sim, essas não, como saber? Então agora acontece comigo, e vai ser sempre assim agora, eu sinto isso, eu quero ficar explicando o que não tem explicação, que merda, lá vem eu de novo elaborando teorias sobre o nada. Tem muita gente que diz pra mim que eu sou mesmo a Dona Certinha, Caxias dos Sentimentos, mas fazer o quê, eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim. E não é de todo mal se preocupar com o sentimento alheio, não que eu me sinta a Mulher do Ano por isso, eu simplesmente ME PREOCUPO, droga, eu não me pergunto por que isso, eu me preocupo e pronto, por isso me fecho pra balanço, quem sabe no balanço das ondas aqui dentro o meu coração navegante encontre onde aportar. Por que tem que ser logo? Por que a ansiedade se vamos chegar todos juntos, de um modo ou de outro, no mesmíssimo LUGAR? Não posso me dar mais uma semana, mais uns dias, ruminar? Se você corre, é ansiosa. Se vai devagar, se acomoda. Ora, façam-me o favor, me deixem dormir e chorar mais algumas lágrimas!

sábado, abril 02, 2005

Quando a vida começa

Há coisas que não se arrancam. Está na carne. Está na terra. Monte de pedrinhas, postas uma a uma. São as mãos de nossos pais e avós. Toda a paciência acumulada resistindo a chuva no horizonte. Juntando pequenas poças para guardar a luz da lua. Para ficar em pé, inventar montanhas e escorregar de trenó. Acreditar que tocou as estrelas. Vão contar que eram os senhores, nossas pais E que deles herdamos montes de pedrinhas E, junto, a coragem de carregá-las. Eu chorei com esse filme (Quando a vida começa, filme francês de 98, direção de Bernard Tourvenieu), essa citação final faz parte do livro que a personagem principal, um diretor de uma creche na França, está tentando escrever. Chorei com a atuação de um garoto chamado Richett Leans, ele faz o Jimmy, garoto que é espancado em casa pelo tio. Ele é simplesmente perfeito. E chorei em perceber que o filme nos mostra que é possível, quando a vida começa. É possível querer, querer, sempre querer, o impossível, pois como nos diz Machiavel em O Príncipe, querer é o que move. O Helião diria que é o que liga. O que no fim, dá na mesma.

Amores.

....foi tua voz encantamento que... sem querer... pousasete o meu coracau Como se.. tu em mim toccasses... para dizer qualquer mistero eu.. te amo.. eu nao so porque ma ti amo... ti amo....come si ama un fiore quando arriva la primavera dopo un inverno troppo lungo come si ama la terra...dopo mesi per mare come si ama...un amore un amore normale... fatto di caffè..e giornale