Você que me lê, me ajuda a nascer.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Salvador.

Não tenho tempo. Oh, vida cruel. Estou me divertindo aqui longe de problemas. Estou agora quase toda vinho. Ahaaaaaaaaa, é o sol, a praia, o mar, divertimento. Contarei com detalhes. BOM ANO NOVO, GENTEM!

terça-feira, dezembro 20, 2005

Una donna così.

Una donna così

Testo e Musica di Gianluca Grignani Senza tutto quel trucco che ti sporca

la faccia che ti fa un pò distrattati

preferisco sai e con quel vestito mi fai impazzire

e non venirmi vicino se no mi giro di scatto

quasi fossi un bambino con la paura che tu possa leggermi in faccia

innamorato di te.

E poi sei bella, Dio se sei bella

sei tanto bella che neanche tu lo sai

una donna senza inibizioni

senza fili di padroni

gli occhi un poco lucidi sei bella

persa dietro a quegli occhiali grandi e grossi come due fanaligli

occhi sempre lucidi sei bella

perchè una donna

una donna una donna così forse ingenua ma bella mi piace la voglio

ti voglio così guarda come cammini senti quello che dici

sembri proprio un attrice e tu nemmeno lo sai

che sei protagonista

di tutti i gesti tuoi

io che non so cosa dire

io che non so mai che fare

io che non sono un attore

ma che ci provo semmai di stare nel tuo film

io non mi stancherei mai. __________________________________________________________________

Ando sem tempo e sem computador, mas viva. Vou viajar, vou passar um tempo de perna pra cima sem fazer quase nada. Meu cabelo tá quase vinho, e nem me perguntem por quê fiz isso.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Papai Noel existe mesmo.

Na caixa de livros que me chegou hoje, pedido via Internet, veio junto uma Barbie. Sim, uma Barbie. Não, eu não pedi nada. Mas veio, Por engano. Só sei que passei a minha infância inteira querendo uma Barbie, mas minha mãe nunca pôde me dar. Fui ganhar uma quando eu tinha 13 anos, e usada. Papai Noel deve existir, em algum lugar. Nem que seja no setor de entrega do site de compras.

Distâncias.

Conversando com uma amiga, ela me disse: Todas as distâncias são fodas. As longas. As curtas. Todas. Que droga.

sábado, dezembro 03, 2005

Dance, babe, dance.

Você dança ao som de Jorge Ben e esquece do mundo. Magnólia, é magnífico. Já tentou isso? Eu recomendo. Não bebam demais, gente, guardem um pouco pra mim. Hoje fiquei com preguiça de sair pra comprar cerveja e bebi o resto do vinho que tinha aqui na garrafa. Eu preciso comemorar o tempo todo.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Mulheres e homens, eu sei, não vai dar certo.

Não é a primeira vez esse ano que ouço histórias de mulheres bem-sucedidas que se envolvem em relacionamentos doentios, graves, agressivos. Como se aquilo servisse pra colocar um freio no seu sucesso, para lhe dizer que ela continua sendo apenas uma mulher. Apenas. Explico então: mulher bem-sucedida? Aquela que tem um bom emprego, uma estabilidade, estuda, viaja, fala duas línguas, conhece gente, sai pra dançar, essas coisas. Aí arruma um cara que tem sérios problemas de comportamento, é arredio, desesperançoso, ou desempregado, daqueles sonhadores que imaginam que o melhor emprego vai cair do céu qualquer dia desses... e elas continuam ali, fiéis, pagando a conta do restaurante fino, calando quando descobre que ele a traiu com a ex-namorada, essas coisas. E por quê? A troco de quê? Eu também me pergunto, e fico imaginando que esse troço é antes de tudo, uma forma de manter o bom andamento das coisas. Você finge que manda, amor, e eu finjo que acredito. Como aquelas coisas que a gente ouve em banheiro de mulher, que é a gente que manda, mas eles não podem saber, ou então que a gente sabe que eles têm que gostar mais da gente que a gente deles. Bobagem, mas repetida várias vezes pega gosto e vira uma verdade universal. Por que procurar sarna pra se coçar? A gente precisa de alguém pra pôr rédeas, pra nos trazer à "realidade" que é, sou mulher, eu posso ser muito boa nisso e naquilo, mas sim, eu preciso de um homem me falando que eu não consigo, ou que sou materialista demais, ou que tenha crises de depressão e me pergunte todos os dias o que estou fazendo com um cara como ele, pra me trazer de volta, pra que eu não acabe acreditando que sou suficiente. Eu me basto? Sim, nós mulheres, nos bastamos. Podemos nos virar sozinhas. Temos filhos feitos com inseminação artificial, ou com o carinha que nos fez apaixonar por alguns meses, sem que ele nem mesmo saiba, se esse for o desejo. Difícil ser homem hoje em dia, ser descartável. Substituível. A única arma masculina reside justamente no modo como nós, mulheres percebemos a realidade, e se ele detém os modos para manobrá-la, feito. É sabido por aí que nós damos muito mais valor às conexões intrincadas de relacionamentos, ao cuidado com o outro, à atenção e desvelo, apego e sentimento que as relações podem comportar, então... então... não, não estou aqui dizendo que nada disso é de modo racional e consciente. Apenas defendo que sim, é verdade que mulheres e homens sentem a realidade de modo diferente, e é isso que define de que modo as relações, sejam elas doentias ou não, caminham... Que jogo, que partida. Essa teia das relações humanas é mesmo um negócio fascinante... Mas também fica chato falar disso em blog. Depois de tudo isso, lembrei-me de uma velha frase que minha avó sempre diz: "Antes só, minha filha, do que malacompanhado."

domingo, novembro 27, 2005

Sem calcinha.

Você já tentou, babe? É muito melhor, Luana Piovani que o diga. Eu estou adorando a sensação. Mas não vou contar detalhes. Vista a sua roupa, esqueça a calcinha, faça compras, pague com cartão, encha o tanque, leia livros, mande mensagens, fale no celular, sem calcinha. Você vai acabar tendo uma outra visão de mundo. Simples assim. O que uma peça de roupa pode fazer ou não fazer por você. Isso é filosofia pós-moderna pura, babe. Pode crer. Vou é cuidar dos meus amigos que é o que eu tenho de mais bonito e precioso nesse mundo. Por isso hoje eu liguei pra você, você, você e você. Faltou você, eu sei. Mas eu dormi na sua casa semana passada, acho que isso quer dizer alguma coisa. O que me deixa mais triste é que o meu celular com identificador de chamada não identifica suas chamadas. Whitheld? Que droga. Mas você me ligou, acredite quem quiser. Eu acredito em você. E em Kirk e Spak. Ouvi "eu te amo" ontem. Na verdade, nessa vida, eu ouvi poucos "eu te amo". E desses todos, só um eu não quis ouvir e não acreditei. E eu estava certa. Por mais que me digam que amor é uma coisa que nem se pode entrar em discussão, que quem diz que ama diz que ama e ponto, não há o que discordar. Mas daquele jeito, e naquele dia, eu não acreditei. Era encanto, surpresa, felicidade, companhia. Tudo de bom, menos amor. No entanto, "whitheld" não diz que me ama. E nem quero, ainda bem. Mas eu acredito nele. "I Gotta Finde Peace of Mind". Eu choro junto com ela, vocês acreditam nisso? Tentem, vocês também conseguem. Estou fazendo um esforço enorme pra afastar da minha vida pessoas que me fazem mal. É a primeira vez em 25 anos que tomo essa decisão. Não é fácil, por que eu sou uma chata Caxias e acredito que estou sempre errada em minhas conjecturas sobre algo ou alguém. Mas nesses casos... vou deixar como está e parar de me punir por não querer sofrer. É normal isso? Eu sempre acreditei que ninguém nesse mundo faz mal pra alguém deliberadamente. Mas pode ser inconscientemente, o que dá no mesmo, às vezes. Por isso, decidi afastar, pra não ter que pensar no que fazer, pra não chorar que nem boba. Ora, se me faz mal, é justo, sim? Sim? Bem, fico na dúvida, mas, na dúvida, vou deixando como está e encontrando respostas enquanto há dúvida. Um dia eu me ajeito direito e páro de deixar essas bobagens me atacarem assim de maneira tão vil. Oh, Poliana. Oh, oh, oh. Eu sei que não devo ser assim tão boazinha, tenho pensamentos impuros o tempo todo, penso em mim, em mim. Meu comportamento não está acima de nenhum julgamento. Na verdade, eu tenho certeza absoluta que sou uma chata. Por favor, gente, No Direction Home de Natal. Bob Dylan agradece.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Eu sou uma chata.

Vejam bem, eu não gosto de enganar ninguém. Sou chata sim. Sou a pessoa mais Caxias que conheço. Diz aí, quem você conhece que fica o tempo todo se perguntando se o que fez foi certo ou se deveria mesmo mesmo torcer o nariz praquela pessoa, filme ou exposição? Eu sou Caxias demais, e comigo então... nossa, nossa. Quando alguém me diz que sou legal demais, vou logo prevenindo: "Não é bem assim não, tenho lá minhas paranóias..." Mas eu não tenho culpa de não ter ido com as fuça do Moreira Salles. O João. Assisti metade de um debate com ele. Sim, metade. Por que não conseguiria ficar a outra metade ouvindo-o falar aquelas coisas, sem me pronunciar e tentar colocá-lo no lugar dele. Oh-oh, eu sei lá o lugar dele, é só uma frase de efeito, gente. E nem é criticando a amizade dele com o VP, não. Ele pra mim pode ser amigo de quem ele quiser. O que me irritou foi a sua pretensa neutralidade, como se um documentarista, por não ter a obrigação de denunciar nada, pudesse realmente estar assim tão outside. Pelamor. Agora fico achando que essa discussão sobre o filme Entreatos é realmente só marketing pesado, afinal, as tiragens de documentários brasileiros em DVD são tão pequenas que o cabra tem que fazer alguma artimanha pra promover o DVD... é isso. Mas aí eu fico me perguntando se ele é assim mesmo um cara cheio de palavras num discurso vazio ou estava num dia ruim. Com esses vôos chatos entre SP e RJ que te fazem ficar 40 minutos aguardando pouso... isso mexe com a cabeça do pobre. Né? Não que ele tenha falado só besteira. Mas ele mesmo disse, "Notícias de uma Guerra Particular" não tem quase nada de novo, a não ser umas poucas cenas de lugares que provavelmente não serão abertos tão facilmente para entrada de uma equipe de filmagem. Mas não fui só eu quem levantou no meio do debate. E também, quem precisa da maioria... eu sou eu, licuri é o diabo. Aí hoje eu estava numa reunião e numa conversa informal com minhas colegas de trabalho descobri que só eu tinha gostado da convidada para o debate político. Sou do contra, me disseram. Pois eu gostei da moça, gente, ela pelo menos não enrola ninguém à caça de votos, chegou lá e foi dizendo o que muita gente não queria ouvir, mas era a mais pura verdade. Eu prefiro assim.Não passou a mão na cabeça, nada. Nada. Engraçado. O pessoal reclama de políticos que mentem e quando me chega uma que diz a verdade, ficam meio assim assim. Gostam mais daquele outro que senta e almoça junto. E faz a politicalha suja e fajuta. Gostei dela mesmo. Mas não é que tenha gostado de tudo que ela falou, não é isso. Só achei louvável ela chegar e dizer pra um monte de possíveis votantes que não apoiaria uma ação deles só por dizer, quando ela mesma lutou a vida inteira contra isso. Grosso modo, é o mesmo que pedir pro Gabeira assinar um documento vetando a pesquisa sobre os efeitos da marijuana em pacientes terminais. Pelamordedeus. Estou ouvindo muito ultimamente Bob Dylan e Son House e Tom Paxton. Deve ser por isso que eu sou chata. E velha, minha gente, e velha. Ah, e Guthrie. O cara tem uma música, "This Land is Your Land", que seguramente, se eu tiver uma criança, vou fazê-la ouvir, em algum momento da sua infância. Eu ia gostar de ter 25 anos e lembrar de ter ouvido o cara cantar essa musiqueta enquanto eu brincava no balanço no quintal do vizinho ou coisa parecida.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Una marea di bene.

Eu odeio retrospectivas, por isso vou fazer uma meia boca aqui, logo em novembro, pra fugir das convenções e da normalidade. Não que eu faça isso sempre, eu no fundo sou bem careta e falo em casamento após alguns meses de namoro, penso em ficar junto... essas coisas. Me preocupo se as pessoas do meu lado estão se sentindo bem, tudo isso que reza a boa educação. Mamãe me ensinou a ser gentil com as pessoas, sorrir, sorrir, me ensinou a arte de ser feliz, enfim. Mas eu queria mesmo dizer que esse ano eu consegui fazer quase tudo que eu me programei para fazer, e aquilo que eu não fiz normalmente foi por que me escapou das mãos, ou não esteve na minha alçada para resolver. Estou satisfeita, mas os projetos continuam, eu não me prometo nada no fim do ano, mas sempre digo pra mim mesma que eu tenho que cumprir o que prometo, acho que isso virou obsessão pessoal, não é nada com você, veja bem. Eu tenho lido pouco, digo, poucos livros e periódicos, além dos de sempre, mas tenho visto muita coisa interessante. O último filme foi "As Invasões Bárbaras", acabei comprando. Mas Cinemas, Aspirinas e Urubus me deixou em estado catatônico de êxtase. Isso existe? Vamos inventar. Ah, estar ontem num show infantil cantando "Fico Assim sem Você" com mais 10 mil pessoas, mas ligar para alguém que está a milhares de quilômetros de distância foi uma das experiências mais fantásticas desse ano. Melhor, eu não estava bêbada, e nem foi tão caro. Tá vendo, a gente até que pode fazer umas loucurazinhas de vez em quando, a gente que não se permite, ninguém se permite nada e acaba que morre de tédio. TEM CRIANÇA NA PLATÉIA? Eu realmente estou provando um período da minha vida muito, mas muito singular: de um lado não tenho paz nem paciência pra muita coisa, e de outro, ando desfrutando de sensações intensas de aprendizado e felicidade... papo de pedagoga mais chato... aham, tento me explicar aqui: estou vendo minha vida tomar um rumo que me agrada profudamente, comecei a procurar casa pra morar sozinha, inauguro uma fase importantíssima, me preocupando com cada detalhe, assumindo mesmo mesmo o comando das coisas (quem é que manda aqui?), e o mesmo mesmo ali em cima não foi sem querer, é proposital sim. Enfática. Ou serei eu insistente? Bem, só sei que esse processo tem me trazido alegrias e descobertas, estou me vendo ora pronta, ora desfeita, mas sempre decidida. Acabei chegando à conclusão de que eu já sou "metade gente" faz tempo, mas que ainda não havia me acostumado com isso. Pode parecer bobo ou divertido ou soar como surpresa, mas ainda hoje, quando me perguntam quando eu calço ou quanto eu visto, titubeio e digo: "Nunca sei direito... nunca comprei essas coisas, sempre usei o que minha mãe me comprava"... e aí nem parece eu falando, uma garota que vive como cigana desde os 3 meses de idade... estranho. Quem serei eu, afinal? Eu tenho identidades cambiantes, como diria Hall. Todo mundo tem. Bom mesmo é saber disso e não entrar em paranóia. Ah, esse mês... quanta surpresa... 25 anos eu precisei viver para ouvir (ler) um garoto me pedir desculpas. Mas nada forçado, nada fake. Simplesmente desculpa. Foi tão simples que na hora nem fiz caso. Depois me dei conta o quanto ele faz tudo diferente do que eu imagino, mesmo. Aí, constatando isso, fiquei com uma vontade imensa de ver o Amelie Poulain de novo, nem imaginava que isso ia acontecer assim, eu queria ver a Amelie na bicicleta com ele, e o anão de gesso viajando o mundo. Sei lá por que, deve ser por que é bonito. E mais uma vez, vamos lá: UEL, UEL, UEL, GABRI-EL... Eita vida boa da porra.

domingo, novembro 13, 2005

Hic.

Sim, eu estou bêbada. Muita gente diria que não é a hora mais certa de escrever aqui, mas como esse lugar ainda é só meu, eu continuo fazendo o que quero aqui. Sim, eu estou bêbada e sozinha. As pessoas acham que isso não é normal, ser feliz e estar só, já faz algum tempo que é assim, não se é feliz só quando se é par, eu adoro ímpar. 25 anos. Eu quis amar alguém tempo faz. Achei que era o tempo certo, o cara certo, mas enfim, não foi. Agora estou brigando pra saber o que eu sinto por ele, se é maior a tristeza de não ter dado certo ou a indiferença. Tem alguma coisa de errado comigo, eu mudei ou mudaram as estações. E não é por que eu te liguei que eu estou babando. Tou sentindo falta das palavras bonitas fora de hora, do rapto, de saber, que alguém lá no Alabama muito me ama. No fundo, eu sou uma sonhadora bêbada e você sabe disso. Sabe também que eu sou uma garota legal e não quer me perder. Vou fazer pipi. Não volto mais.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Alone.

Estou me sentindo muito só. Porque você não vem aqui ficar comigo?

segunda-feira, novembro 07, 2005

Casa.

Que estranho. Estou me preparando para comprar uma casa. Uma casa. Eu, uma casa. Muito engraçada. Mas com teto, e com muita coisa dentro.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Sérgio Machado, eu te amo.

Eu quase disse isso pra ele hoje, mas ia soar forçado demais. Hoje foi a primeira vez que falei com ele, deixa pra uma próxima. Quem é ele? Diretor do Cidade Baixa e minha mais nova paixão no mundo do cinema, depois de Lázaro Ramos. Depois de Matheus Natchergaele. Vejam os sites: www.cidadebaixaofilme.com.br www.cinemaemcena.com.br/cidadebaixa/blog.asp e entendam todo o meu tesão.

terça-feira, novembro 01, 2005

Ci sei?

Eu estou tão feliz que nem enxergo a realidade. Preciso fechar os olhinhos para sorrir o tempo todo, quase caio da cadeira. Engraçado que ontem a TPM queria me assustar, cara mais feia. Só que hoje eu acordei colorida, e as notícias não poderiam ser melhores. OK, estou pronta para decolar! Eheheheheheh!

sexta-feira, outubro 28, 2005

Dona Encrenca.

Eu tenho um bom faro pra encrenca. Você precisa de uma? Eu sei, eu sei que é, eu ouço o cheiro e vejo o gosto, depois te conto se eu não vou me dar mal de novo. Eu caminho para ela, ela sorri pra mim. Encrenca, lá vou eu. Que tem de mais gostar de várias pessoas ao mesmo tempo? Onde tá escrito que isso é ilegal ou engorda? Eu gosto mesmo, e por favor, vai plantar batatas. Eu sabia o motivo de se mandar plantar batatas, mas não vou explicar aqui a origem histórica disso. E eu sei que eu tenho mais a dar de mim, vocês é que não estão preparados pra receber. Humpf. Ehe.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Manuel de Oliveira pra mim é Borges.

Falem o que quiser, mas Manuel de Oliveira pra mim é Borges na tela. Sim, eu senti a mesma sensação quando o filme terminou. De ter lido alguma coisa de Borges, naquele exato momento. O filme fala através de imagens, mas não só aquelas que se formam ali na tela; na verdade, aquelas imagens não dão conta de falar pelo filme, a linguagem é que te leva longe, te teletransporta. O filme em questão é O Espelho Mágico, mas acho que poderia ser qualquer um do Manuel, diretor com 96 anos e ainda muita bala na agulha. Saí do cinema em estado meio catatônico. Foi beleza demais para os meus 24 aninhos. Eu sou apaixonada por tantos outros diretores, mas tenho certeza que por esses dias, será Manuel aquele quem comandará meu coração. Eu gosto de olhar nos olhos dos meus amigos e dizer que gosto deles. E quando não faço isso, eu mando mensagem no celular. É tudo verdade.

domingo, outubro 23, 2005

Sumida.

Eu? Sim, sim. Mas continuo querendo ser a Masina, gente. E é culpa da 29º Mostra que eu não dou as caras por aqui. Vocês sabem, eu sou viciada nisso que chamam de uma das sete maravilhas do mundo. Me pediram em casamento. E daí? Eu posso dizer não, né? Mas foi a primeira vez que eu quis aceitar. Juro. Passou, passou. Já conversaram com mãe sobre sentimentos? É muito bom, eu recomendo. Eu faço isso direto, e ela na maior calma me atende e me diz que "na hora, eu vou saber...", "vai chegar..." Tranquilidade de quem tem a vida toda pela frente e a praia à 10 km de casa. Ah, gostaria de avisar à todos/as que nunca mais falaram comigo ao vivo e em P&B que o meu sotaque está pouco a pouco tomando conta de novo da minha fala. Total. Mesmo. Isso é pra aqueles que dizem que eu não tenho sotaque. É tudo mentira. Eu tenho sim, e posso provar, aqui ó. Oxente, meu rei, meu pai, velho, mainha, lenhou-se, nenhuma, nada pra ninguém, tudo isso eu falo, e falo mesmo, com aquela típica voz cansada da família Caymmi. Tenho vergonha disso não, tenho é saudade. Ave Maria, que saudade. Até aperta o peito e faz ficar cansada. Eu preciso é ouvir mais e sempre, pra não perder o ritmo e ser engolida pelos erres. Cansei.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Quase...

Eu que estou aqui quase apaixonada/ Ainda quero saber por que você me odeia... Se fosse em inglês, não daria uma boa intro duma musiqueta de amor?

domingo, outubro 16, 2005

Cheguei em casa e vi flores na caixa do correio. Amarelas. Eu imaginei que poderia ter uma cartinha ali dentro, mas nada. Uma das minhas maiores fantasias é ter um admirador secreto. Fiquei feliz em saber que a Giullietta Masina é baixinha. Ainda tenho chances. Estou assistindo La Strada logo agora que acabei de ver uma exposição sobre a vida de Fellini chamada Circo Fellini. Dá pra captar bem o universo circense no filme. O Fellini sempre sempre me surpreendendo. Assisti O Jardineiro Fiel. No final do filme, uma alma solitária bateu palmas incessantemente. Para o diretor Meirelles, creio eu. Mereceu. César Charlone, diretor de fotografia que Meirelles levou junto com ele, também. É possível enxergar as impressões dos dois, nitidamente. Algumas cenas nos remetem ao estilo Meirelles de dirigir (na cena da festa onde a Tessa se apresenta ao Pelegrin, entre outras cenas), mas eu acho que ele conseguiu ir além em muitos outros aspectos, ele cresceu como diretor, e não por que ele tem formação publicitária, como um dia ele cometeu a besteira de dizer. Nesse ano de 2006 eu vou ser meio egoísta e pedir coisas pra mim, como por exemplo, vou pedir pra mim mesma de presente pra deixar de ser assim Caxias e relaxar. Acho que pode funcionar. Veremos. A única língua que consegue dizer saudade com uma só palavra é o português. Você já sabia disso? Eu também já, mas é engraçado como os não-brasileiros ficam admirados com isso. De qualquer modo, aprendi com um grande amigo não-brasileiro a não sentir saudade. É um exercício, mas vale muuuito a pena. A frase que ele usa pra dizer isso pra mim é muito ilustrativa: “Cerco di non sentire saudade”. Cercare, que em italiano significa procurar, pra mim ganha também um outro sentido. O de proteger. Se proteger e proteger o outro. E daqui uns dias é seu aniversário, mas você tá de mal comigo então não posso te abraçar forte. Isso me deixa muito triste. É uma pena. Nem todo mundo pode ter um Elvis lambendo e mordiscando seu pé todas as manhãs. Meu cachorro faz isso por mim, e de lambuja ainda se espreguiça toooodo no meu colo, pra depois se aninhar nele, todo dengoso.

quinta-feira, outubro 13, 2005

terça-feira, outubro 11, 2005

Livro.

Obras analisam o desejo nas HQs Marco Aurélio Canônico Folha do dia 10 de outubro. Se o erotismo é uma característica inata da humanidade e presença constante em suas expressões culturais, não seria na chamada arte seqüencial que ele deixaria de ocupar um lugar. Duas obras recém-lançadas mostram que sexo, sensualidade e desejo estão presentes nas histórias em quadrinhos há muito tempo e continuam sendo temas atraentes para novas gerações de artistas."Desnudando Valentina - Realidade e Fantasia no Universo de Guido Crepax" (Opera Graphica Editora, 384 págs., R$ 84)*, de Marco Aurélio Lucchetti, e "O Espinafre de Yukiko" (Conrad Editora, 144 págs., R$ 25), de Frédéric Boilet, são exemplos da perenidade do erótico nas HQs: o primeiro analisa o ícone Valentina Rosselli, criada por Crepax em 1965; o segundo é um representante do novíssimo "nouvelle manga", que revoluciona o tradicional quadrinho japonês acrescentando-lhe traços e referências ocidentais.O livro de Lucchetti, baseado em sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo, esmiúça cada detalhe dos 60 episódios de Valentina. Com um excelente trabalho de pesquisa a partir dos originais italianos, Lucchetti explica desde a criação da personagem até as milhares de referências, citações e opções estéticas que Crepax inseriu na saga da sensual fotógrafa, que teve suas histórias editadas no Brasil de forma irregular, entre 1971 e 1991."O erotismo de Valentina tem sempre uma razão, pensada por Crepax. No primeiro momento, visava a atrair o público masculino. Depois, seu desnudamento físico acompanhava e servia como analogia para sua abertura psicológica para o leitor. Isso a diferencia das demais personagens eróticas das HQs", analisa Lucchetti.De fato, Valentina é mais sobre sensualidade e sugestão do que sobre sexo e erotismo explícito, como é o caso de "O Espinafre de Yukiko", do francês Boilet. * negrito meu, e daí? ________________________________________________________ Estou bolando uma lista de presentes que gostaria de ganhar, e acabei descobrindo que até uma lista de presente pode revelar muito sobre você: 1. O tal livro acima mencionado é um bom presente; 2. O box do Poderoso Chefão; 3. Uma bicicleta ergométrica; 4. Uma garrafa térmica com estampa de vaca ou com alguma vaquinha desenhada; Vou me lembrando e postando, dando pistas.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Just problem. One problem.

Ok, não é por que eu ouço Cash & Dylan cantarem bem agora aqui no meu ouvidinho que eu não tenha problemas. Vou lhes dizer um. Vocês precisam ver o meu armário no meu trabalho. Ele é meticulosamente limpo e arrumado todos os dias, eu preciso fazer isso todos os dias, mesmo quando está tudo no lugar, faz todo sentido repor tudo de novo, encontrar novas maneiras de arrumá-lo. E me disse minha irmã tempo faz que quem fica assim arrumando demais as coisas aqui fora tem coisas a resolver aqui dentro. Não por nada, mas a complicada personagem da Laura Linney em Segunda Chance também tinha dessas, de meio que limpar interruptor com cotonete. E ela é bem problemática, sim. Assim como eu, toda cheia de querer limpar e arrumar as coisas, a vida, como se pudesse ter algum controle nisso, já que nunca me arrumo aqui dentro. Mas eu tenho que dizer que o mais bonitinho que eu já ouvi dia desses foi que me disseram: "Tudo bem, a gente arruma junto". Ah, vai dizer que não? Mesmo que eu nem queira ajuda pra essa minha neura, foi bonitinho imaginar que ele não me disse que eu era louca, mesmo que tenha sido só pra me conquistar.

domingo, outubro 02, 2005

.

Eu conheci esse ano um monte de gente que adora ofensas gratuitas. Que pena. Por que eu, euzinha, odeio isso. E fico aqui, me machucando por dentro.

sábado, outubro 01, 2005

Eu quero ser Giulietta Masina.

Esqueçam o que eu disse sobre ser Pagu ou Nicoleta Braschi tempos atrás. Eu queria mesmo é ser Giulieta Masina. Sim, sim. Olha só o que o amorzinho dela escreveu um dia qualquer (ninguém menos que Fellini, mon amour): "Eu acredito em Giulieta Masina e não preciso de nenhuma religião. Na minha vida ela ocupa esse lugar". Fiquei repetindo essa frase enquanto via a exposição sobre Fellini, tinha acabado de ver um filme que falava também sobre amor, sobre amores. De um lado, um casal maduro, bastava olhar pro modo como ela se aconchegava no peito dele pra dizer que ali havia amor, sentimento calmo. Paz. Do outro lado, o cara que fazia de tudo pra esconder que na verdade, por detrás do sem-número de relacionamentos que colecionava, o sexo estava em primeiro lugar. E no meio disso tudo... os protagonistas. Quer dizer, não bem no meio, por que tem uma outra história acontecendo nos arredores da trama. Enduring Love, Amor pra Sempre o nome do filme. Engraçado, o diretor é o mesmo de Notthing Hill, Roger Michell, mas não se deixem levar pela primeira impressão. Esse filme tem qualidade, bons diálogos e bons silêncios. É forte, muito forte. É simples, muito simples. Aí o Joe, o cara da trama toda, tenta explicar o amor. É biológico? Tem que ter significado? Só vale a pena se tiver significado? Mas ao mesmo tempo, enquanto tenta explicar o amor, ele tem um relacionamento bonito, ele vive, ele ama, ele trabalha, ama, divide, vive. E pronto. Mas peraí... eu tava falando da Giullieta... sim, com uma frase daquela, se explica por que ela morreu cinco meses depois do amado. Muito melhor do que qualquer flor depois de uma mancha de batom, com uma frase dessas o cabra ganha passaporte pra vida eterna sem escalas. Vi uma exposição do Titi Freak (Dênis, saudades mil). Vi uma exposição do Litchenstein. O cara é bom. Pop Art no talo. Frase da semana: Eu sou feliz. Isso é ruim pra você?

segunda-feira, setembro 26, 2005

Foi quase amor, baby.

Tomando café me veio a lembrança súbita de ter escrito há um tempo atrás numa dedicatória de um livro que ofertei uma frase muito legal. Uma declaração, sim. Esqueci completamente. Só sei que era muito legal porque o dono do meu coração e da minha cabeça que mereceu o livro me perguntou se era de minha autoria, haja vista a beleza do escrito, por que ele só conhecia de mim alguns dotes, e o da pena, propriamente, não foi o que ele procurou conhecer primeiro... aham. Se você vir a ler algum dia essas mal-traçadas linhas (eu sei, eu sei, não existem linhas mal-traçadas na internet, mas é só uma referência ao monte de cartas que escrevi à este bem-amado), por favor, reescreva aqui a frase, eu lembro que era realmente bonita. O café esfriou.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Google.

Eu sei que parece bobo, mas eu te procurei pelo Google. Quase rima, né? Ontem vi um desenho na exposição sobre Hiroshima muito sentida. Uma pessoa com a bocona aberta, chovia. Roupa meio rasgada, rosto de dor, expressão quase certa. Nome do desenho: Bebendo a Chuva Negra. Eu achei forte demais, o desenho lembrava qualquer coisa de Edward Munch e seu quadro O Grito. Fui ver Segunda Chance (p.s. o nome em original, bem a ver), com Laura Linney, que eu gosto muito (os últimos filmes que vi dela foram A Vida de David Gale e Kinsey - Vamos falar de sexo). É engraçado como a gente REALMENTE não conhece ninguém, mas principalmente, é engraçado e chega a ser estranho como a gente NÃO SE CONHECE. E como ficamos a maior parte das nossas vidas protelando coisas, não nos dando segundas chances, esquecendo de ver onde NÓS erramos, e não os outros. Minha melhor amiga que mora há 2 quadras da minha casa vai embora de mim. Eu gosto dela, vou sentir saudades de sentar no sofá da casa dela e esperar ela me dizer que tem sopa pronta, sopa que eu adoro, apesar de adorar também a Mafalda. Ela vai embora, justo agora que estamos assim tão ligadas, coisa de mulher que é amiga, sem nenhuma pieguice. Bonito ver como ela cresceu, e me ensina que subestimar é sempre um grande defeito. Como ela tomou decisões e teve atitudes que eu mesma sempre achei prafrentex e que só eu tomaria, como foi calma e tranquila em momentos que a maioria das mulheres que eu conheço começaria uma briga, logo ela, leonina que sempre me ensina a mandar tomar naquele lugar sempre que alguém ousa me desafiar. Me ensinou que ser amiga é justamente isso, não precisar se preocupar em ser aquela menina que tu é no trabalho, na fila do banco, você pode relaxar e ser quem você é, quem você deseja ser, pra melhor. E eu que penso que sei muita coisa... mas eu juro que não vou citar Sócrates. Prefiro Lacan. Sim, eu gosto de Lacan. Preciso estudar mais, é bem verdade, mas eu gosto do cara, em linhas gerais o que ele fala sobre desejo pra mim é muito mais real do que falava Freud. É quase certo que em dezembro, lá pelo dia 26, eu esteja assistindo um filme num dos maiores cinemas da Europa, aquele projetado pelo George Lucas. E você, vai estar aonde?

quarta-feira, setembro 21, 2005

No busão.

Tem várias histórias. Várias. Uma delas ouvi hoje. Um homem de meia-idade, mas ainda forte, reclamava da vida: "Já disse pra minha muié que eu vou drumi lá pelo serviço. Saio de casa às 5 da manhã e chego essa hora, não vejo novela nenhuma, nem sei se o Boi já derrubou o Tião, que vida é essa? Nem vale a pena voltar pra casa, comprei um celular pra ela e um pra mim, nóis se liga todo dia pra dizer se tá vivo ainda, a gente namora à distância, o pessoal fala de internet, que namora de longe, assim mesmo sou eu e minha muié. A muié toma banho e se arruma, pra esperar o maridão. Mas o que chega em casa é só o pó. Tá certo não. É mais negócio separar e ficar sozinho, porque nem no couro eu dou mais, pensando no outro dia de serviço. E nada de fim de semana. É hora extra uma em cima da outra pra receber 100 por cento do ordenado". Outro dia a muié me fez uns biscoitinhos preu levar pro trabalho, mas eu passo tanto tempo dentro do ônibus que os biscoito caiu da sacola que ela fez a marmita, caiu e foi esfarelando até chegar no serviço. Quando eu voltei de noite dava pra ver o biscoito caído lá pelo chão. A raiva foi tanta que quase eu abaixava e comia os pedacinho, só de raiva. Ou essa, contada por uma mulher muito bem arrumada, numa combinação lilás, salto alto e bolsa de veludo: "Tem tempo que você não me vê, né? Tava em Portugal, passei 20 dias lá. Sim, com a minha patroa. Como é Portugal? Eu sei direito não, só fiquei dentro de casa, e da vez que saí foi de carro e era de noite, a gente saiu da garagem e entrou na outra garagem, aí eu fui direto pra cozinha da amiga da minha patroa e não vi nada. Mas deve ser igual aqui, sabe? Até o jeito de falar deles parece com a gente, assim. Acho que não tem diferença não. As amiga dela que era legal, me deram cartão postal da cidade pra trazer pra casa. Mostrei pros menino lá em casa, eles pensaram que eu visitei tudo aquilo". Um dia eu prometo que escrevo uma só minha. Ah, em tempo: Pra quem viu Crash, Filhas do Vento é nada. Eu tou só no aguardo de Cidade Baixa. Me informei com a produção e em São Paulo o filme estréia agora em outubro na Mostra de Filmes. Ufa!

terça-feira, setembro 20, 2005

Leiam com todos os sics possíveis: Olás! Desculpe estar escrevendo só agora, estou tendo sérios problemas em arrumar tempo para net.Não sabia que você o **** haviam terminado. Tanto que te chamei achando que vocês viriam juntos. Lógico que fiquei sabendo do fato não através de você, mas após tê-la convidado.Também não foi tanta surpresa saber que vocês não estão mais juntos. Bom, isso não vem ao caso.A questão é: acho que se você quiser vir, pode vir, e sem essa bestice de eu ter que perguntar algo para ele, principalmente se ele se "importa".Bom, até posso compreender um pouco seu receio em relação aos "amigos do ****", mas o acho meio tardio. Creio que você deverei ter tido algum receio na primeira vez que encontrou com nosso pessoal, mas como eu disse, te compreendo, afinal, você estava em pleno "caso novo", era obvio que o seu comportamento deplorável originava-se de querer 'se aparecer' mais, e também você estava num lugar com pessoas que você nunca viu, então é obvio que mostrar falta de educação também é uma forma de se defender. Na boa, muitas pessoas não fariam diferente de você, na sua situação. Infelizmente.Infelizmente porque pessoas fazendo coisas comuns, como por exemplo, ter atitudes e atos idiotas para se aparecer, tornam-as comuns demais para serem lembradas, e quando o são, é porque geralmente elas estão 'embaralhadas' ou 'em contato' ou 'ligadas' a uma pessoa que brilha ou brilhou muito. Não são por si só, liga?Eu quero lhe dizer que não tenho nada contra você, e pouco me importa se você está com o **** ou não, apesar de tê-la chamado achando que estaria ainda com ele, mas fica a seu critério vir no *****, do qual eu acho que, se você quiser desfazer essa impressão que ficou 'no ar', deveria vir sim, surpreender aqueles que a acharam um pé no saco e por favor, sem se preocupar com o que o ex vai achar e se ele vai estar, né?Ah, e se você não se importar com nada do que pensam de você, mui ótimo também, mas não vem com blá-blá-blá de que "são amigos dele" que você fez através dele. Completamente desnecessário. Com toda franqueza, ** ______________________________________________________ Sorry... eu ri tanto tanto que não pude deixar de postar isso aqui. Eu prometo que serei uma garota menos má da próxima vez.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Eu e meus problemas.

Acabei aprendendo uma coisa simples pra continuar vivendo. Quer saber? Eu simplesmente deixei de me preocupar com os problemas. É, isso aí. Eu deveria ter me preocupado deveras com um problema na semana passada e até ter deixado de sorrir. Mas sabe o que aconteceu? Hoje ele foi resolvido. Imagina se eu tivesse perdido o fim de semana a me lamentar? Tranquila, tranquila... me diverti bastante, fui trabalhar hoje depois de uma semana dodói (ô saudade dos meus e minhas pequenos e pequenas...), dei muita risada, cantei "Eu não sou daqui..." e quando cheguei no dito cujo, resolvido. Resolvido. E como dizia o finado: "Quem esquenta a cabeça é palito de fósforo". Eu tou doida procurando no Skype um peruano, um argentino, um sulamericano qualquer pra me ensinar "Arroz con leche, mi quiero casar/ con una guapita que saiba bailar", mas não acho nenhum! Começo a cantar e eles dão risada, acham bonitinho e me perguntam onde eu aprendi essa musiqueta. Ora, onde aprendi... eu quero aprender inteira pra ensinar pros meus e minhas... bobos... Tou ali escrevendo cartas. Qualquer coisa me chama.

domingo, setembro 18, 2005

Tu já viveu cena de cinema? Cortaaaaaaa!

Cena de cinema. Minha vida em cor de rosa. Minha vida e de mais duas pessoas, em cor de rosa e dia de festa. Qualquer diretor pagaria bem pelo nosso roteiro de amor e amizade. Engraçado que no dia, dias depois, meses, não nos demos conta disso. Mas hoje, depois de um telefonema... discutíamos a beleza da vida e do dia em que juntos fomos numa quermesse. Perto de casa, nos divertimos juntos. Dançamos, bebemos, sorrimos, dançamos, conversamos, compramos doces e mais bebidas. Um casal de namorados, eu uma amiga, que poderia estar em qualquer outro lugar, mas estava ali. E não, eu não queria estar em outro lugar que não fosse perto daquela inocência, uma beleza de inocência que se podia até tocar com a mão, concreta. Naquele dia, foi tudo fantátisco. E muito bonito mesmo, sem tempo pra pensar em tristeza. Como crianças bobas. Eu acabei esquecendo disso por que naquele dia eu liguei e ouvi coisas muito feias de alguém que não sabe o que é amar e queria que eu ensinasse. Pena que ele tenha sido tão pouco aplicado nos estudos... como eu pude deixar que uma ligação de 3 minutos empanasse o brilho daquele dia? Eu sou boba, e deus mora nos detalhes. Por mais que eu queria, sou escritora boa assim não pra fazer vocês entenderem a magia desse encontro. Dessa coisa que está além das palavras, que está no olhar e no sorriso amigo, sem intenção de fazer com que as coisas mudem de lugar, pelo simples fato de tu estar ali o mundo é bonito, e não há mais precisão de nada. E nesse mundo cão, nesse mesmo mundo cão que me faz chorar lágrimas e lágrimas, eu tenho essa dádiva, que é passar a noite nessa companhia de cuidado e de atenção. A delicadeza dos sentimentos... aquela noite me faz arrepiar, arrepio de saudade, de vontade de que o mundo saiba que amar é possível, e que fé ainda é uma das coisas mais bonitas do universo. Fé no outro, nas possibilidades, nos sentimentos... eu ainda acredito. Além disso tudo, ouvi que eu sou uma menina legal, e que gostam de mim. E que só me disseram isso por que não sabiam mais o que fazer com tanto sentimento. Explosão. Coisa boa é gostar, gostar sem esperar que o outro goste na mesma intensidade, mas dizer que gosta, e resolver isso assim, dizendo que gosta. Eu faço muito isso, e achei bonito que fizessem comigo, faz tempo que isso não acontece. Aliás... não faz tanto tempo assim, não. Não posso me fazer de vítima, ando bem servida de bons sentimentos, devo estar colhendo as flores que plantei no jardim do coração de um bem-querer. Ou bens-querer. O segundo é o mais certo. Tá vendo por que que eu nem posso reclamar da vida?

Menina.

E foram tantas as conversas e palavras e assuntos hoje que eu me senti cheia. Cheia de vida. Pronta pra outras vidas. Poder tocar o céu daqui de baixo é tão bom, né?

sexta-feira, setembro 16, 2005

Filosofia de botequim.

É nas horas de maior dureza e infelicidade, ou no contrário total e negação absoluta da tristeza e melancolia, que formulo frases do tipo: "Deus? Se existisse mesmo, me daria uma bunda igualzinha à da Valentina. Merecer eu sei que mereço."

Não sei de mim.

Não sei de mim, ando pensando, chegarei à conclusões. Eu fico aqui pensando que talvez eu não seja uma garota normal, normalzita. É. Que eu tenha mais medo do que eu disse que tinha ontem. Medo de relacionamentos. Por que cargas d'água eu funciono assim à distância, carta, bombom e flor, e depois, ao vivo... as coisas vão se desmoronando? Eu sou terrível? Diga aí quem conviveu comigo! Mandem mensagens, digam como eu sou, como me comporto, quem sou eu na convivência pacífica de uma casa, de uma república... sou assim insuportável? Ou sou medrosa? Medrosa. Medo de mudar, de ter que mudar os detalhes da minha vida, como talvez deixar outra pessoa escolher a sessão de cinema, ter alguém que não goste de Impressionismo ou do Wahrol do meu lado, ouvi-lo bocejar e ter que dar um sorrisinho... eu não quero isso. Eu sou insociável? Eu posso fazer sozinha? Eu não preciso te incluir no fim de semana, é isso? Oxalá deus. Estou encafifada. Eu sei quem sou, mas não sei de mim com os outros. Isso é um problema da nossa idade, mora? Me disse um amigo, ele entende um pouco do que eu não sei de mim, acho eu. Conversa chata que tá ficando isso aqui. Eu falando do que eu não sei em mim mas que provavelmente é defeito. Tou me protegendo do mundo quando o que eu mais digo é "Faze o que tu queres pois é tudo da lei, da lei", ou "Quem tá na chuva é pra se molhar.

quinta-feira, setembro 15, 2005

F.

Mundo pequeno? Ha. Eu conheci uma certa F. Que conheceu um certo F. Lá do outro lado do Atlântico. Eu também conhecia F. E acabei descobrindo isso numa mesa de bar, semana passada. Sim, F, que não bebe nada além de água (desconfiem de qualquer pessoa que senta com você numa mesa e pede água, desconfie), me disse que o F. além-mar era o mesmo. Internet pequena. Aquela música do Gil: "Antes mundo era pequeno Por que terra era grande. Hoje mundo é muito grande... Pois é, vocês sabem. Eu ando sumida? Sim, eu achei que precisava finjir estar compenetrada para os estudos pré-concurso para me dar bem. Surtiu efeito, tou aprovada, agora resta saber se me chamam ou fazem cú-doce por muitos meses. Vamos ver, a efetivação desse troço vai me render mudanças. Físicas. E eu penso muito nele, nele e nele. Mas fico feliz quando descubro que ele, ele e ele também pensa em mim. Não, não são os mesmos neles e eles, não confundam. Confusão já basta a minha, que recebeu propostas do tipo "vem até aqui preu ter certeza que você é a mulher da minha vida". Mas consegui esboçar calma. Até acreditei. Meu coração é vagabundo, giramundo. Faz tum tum tum por qualquer coisa, ao menor cheiro de sentimento. Será que acho algum outro coração que bata no mesmo compasso que o meu, ou algum que me ensine a tum tum tum devagar, marchinha de carnaval vai aparecer? Alalaô pra você também, eles vão dizer, acho que é a senha. Mas marquem hora, viu, que por agora eu tou ocupada com umas coisas aqui na minha cachola. Sem tempo pra especulações de amor. Arre égua que não tem ebó nem padedê que me tire a felicidade de perto! Tem jeito não! Ando eufórica, rindo do tudo. Consequentemente, do nada. Sim, do nada. Me perguntam o motivo do riso, sei lá eu! Não há motivos, pra chorar também não. A não ser de saudade... saudade de mãe, que essa semana me disse "faz não" e me fez sentir a filha mais amada do mundo. Tinha até esquecido que era filha! Dizer "faz não" na hora certa é uma arte que pouca gente domina. Dona Gal faz isso com uma maestria... de passista de escola de samba. Mesmo que nunca tenha sambado direito na vida. E falando em direito, não sei se é direito, mas diminuí os comprimidos, que não comprimiam nada, nem desejos. Continuo a mesma garota faladeira, ansiosa, sem sono, agitada, explodindo aqui dentro, chorona, com miligramas de remédio a menos. Vamos sentar e esperar. Quer dizer, vocês sentem e esperem, por que eu não consigo fazer isso por muito tempo. O Fabuloso Destino de Amelie Poulain é fabuloso! Lugar-comum, clichezão? Pois é, o diretor Jeunet (que tem mó cara de Genet) é que é meio esnobe. Acho que nunca fui Amélia nem Amelie. Bem, quer dizer... quem nunca teve um poucochinho de medo? Eu ainda tenho, medo de morar sozinha. Medo de frio na barriga na hora errada. Eu gosto de: Fazer cafuné em mim mesma; Riscar os filmes que já vi, todos os dias, no jornal; Eu não gosto de: Sair do banho quente às 06 da manhã; Usar meia pra dormir, mesmo no frio; Musiqueta de Moraes Moreira que não sai da cabeça: Escute essa canção/ Que é pra tocar no rádio/ No rádio do seu coração... Aumente o seu volume/ Que o ciúme/ Não tem remédio/ Me lembra a minha infância. Recebi mensagens de carinho ontem, antes de dormir. Engraçado como eu acabo descobrindo sempre que as coisas bonitas acontecem sempre na minha vida, sempre. Não é só uma pessoa, um só lugar. Eu sou feliz e nem sei, gente. Nem seeeei.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Ufflalai.

Amar você é fácil, me disse um cacho. Sabia de mim esse menino. Pena que não aproveitou pra me roubar o coração. Será que alguém pode viciar em Adriana Partimpim cantando "Sou eu assim sem você"? Eu viciei. Tou ouvindo já tem umas 2 horas. Uel, uel, uel, Ga-briel. Chove, chove, chove. Que bonito. Gosto de chuva, lá fora agora tem cheiro de terra molhada. Me lembra minha casa. Gosto de lembranças. Vi exposições e filmes e gentes e vidas muito legais esses dias todos e não escrevi porque tem coisa que é pra se guardar no coração, no corpo, aqui. Bem aqui. Ainda não sei direito como se separa isso, mas eu escrevi não. Caramba, como eu sou mesmo uma menina fortunada.

terça-feira, agosto 23, 2005

Diz aí...

O que eu posso querer mais, depois que ouço pela manhã um "Bella Donna Super Fantastica e Stupenda"? Milhões? Não, não... Eu sou feliz assim, eu sou. Descobri cedo e aproveito cada minuto como se fosse o último, não preciso de mais nada naquele exato momento e continuo a me sentir assim por umas duas horas depois de ouvir isso. Minha vida segue, barquinho a navegar. Muita coisa boa acontecendo, e agora parece ser normal ser feliz, eu sorrio à toa e me pergunto se eu que sou boba ou o mundo que parou. Eu adoro canções populares, agora mais ainda do que antes, quando eu fico longe de todos que me lembram minhas saudades. Eu não sou daqui Marinheiro só Eu não tenho amor Eu sou da Bahia De São Salvador Ô marinheiro, marinheiro Quem te ensinou a navegar Ô foi o tombo do navio Ô foi o balanço do mar Lá vem, lá vem Como ele vem faceiro Todo de branco Com seu bonezinho. Cantem mais de uma vez, aí sim passa a ter sentido.

domingo, agosto 21, 2005

Sinto falta.

Não era pra dizer que estou sentindo falta. Menos ainda aqui. Mas tou dizendo.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Come here, Bob!

Bichano. O.K., o gato é dele. Mas isso não significa que vai tê-lo de volta. Esse foi o pensamento que tive quando Bob se aninhou nos meus braços e eu pude senti-lo ronronando baixinho. Ele gosta daqui, se acostumou com a gente junto nesses dois anos de namoro-casamento, vai lá saber o que era. Bob não tem culpa, é normal ainda não ter assimilado isso e ter ficado aqui, no lugar que era nossa casa e também casa dele. Sim, ele veio junto, no pacote, junto com o cara que se dizia meu namorado até três semanas atrás. Mas acabou virando arrimo de família, ou melhor, de casal. A idéia foi dele, a grana foi dele, e foi ele quem escolheu. Nome, cor e nacionalidade. Eu nem gostava do Bob quando ele não se chamava Bob. Mas hoje eu acho que sinto por ele uma espécie de gratidão, Bob passou a ser o referencial para as atitudes do seu dono, me perguntava sempre “o que o Bob faria se pudesse falar agora?”, então ele virou alguém para se confessar. Pode parecer absurdo para quem lê isso aqui e me conhece, deus me livre de gato faz só uns meses atrás, mas muita coisa mudou, inclusive as relações entre eu, gente e bicho. Não fiquei mais boba, fiquei mais velha. Eu sinto mesmo que Bob não quer voltar. É como se ele me dissesse, eu meio que sinto isso quando ele me olha e segue lambendo o pêlo em direção ao seu pratinho de comida no fundo da cozinha. O dono dele mora perto, bastaria passar por lá qualquer hora do dia ou da noite e deixá-lo com o porteiro, com um bilhetinho dizendo uma bobagem do tipo “Tome, ele é seu, por mais que goste mais de mim do que de você” que tudo estaria resolvido, mas acontece que eu fico aqui relutando. Relutando por que no começo, digo, no fim do namoro, Bob era a única forma de ligação entre eu e a minha velha história de amor, desgastada, suja, sem muita coragem para prosseguir adiante. Mas é como aquele short jeans velho e rasgado, eu mesma tenho um, que você tem e sabe que na próxima lavada você tem que jogar fora, mas não consegue. Assim era o que eu sentia pelo dono do Bob (dono do Bob! Ele tem nome, tem nome, gente, mas eu prefiro nem dizer, dono do Bob soa menos sentimental e mais distante), o que eu vivia com ele, short velho e puído que não dá coragem de jogar fora. E quando tu joga, fica meio aquela coisa no ar, “eu perdi alguma coisa, mas não sei o que é”, sabe? Depois, eu fiquei sem tempo, sem tempo pro Bob, sem tempo pra mim. E foi quando ele, refeito do susto do fim de tudo, resolveu me ligar. Ligar, escrever, eu nem lembro. Eu só sei que ele começou a atacar de todos os lados, queria o Bob. Disse que não tinha pedido antes porque imaginava que eu teria algum semancol. Que o Bob era sim importante, e que ele não tinha esquecido dele e de como ele era especial. Eu ia mencionar que se o Bob era especial tudo que a gente viveu também era, mas ele desligou na minha cara. Tanto melhor. Decidi naquela hora que Bob não iria, não antes de falar cara a cara com o traste que me lembrava o tal short rasgado. Enquanto isso, o tempo ia passando, e Bob ia acreditando que as coisas tinham entrado nos conformes, ali era mesmo sua casa e o traste era apenas decoração inútil, uma coisa assim sem valor, que a gente se desfaz na primeira oportunidade. Aí eu não mandei de volta mais por comodidade, já estava fazia parte do meu dia chegar em casa e encontrá-lo ali, se espreguiçando, me esperando para nada, para estar ali. E eu, que já há muito não me dava a encontros aos fins de semana, nem a saídas espetaculares, dessas que terminavam em camas alheias, me servia da companhia de Bob. Mas um dia tive um estalo e percebi mesmo que o dono do Bob não acreditaria que eu estava realmente curada das dores que seu amor me fez passar se eu não o devolvesse. Vinho argentino com música do Gardel, certa noite criei coragem e despedi-me do Bob, deixado então na tal portaria do prédio, mas sem bilhete. Passado alguns dias, Bob aparece. Sim, Bob. Ele tinha voltado, voltado pra mim. Não poderia mais acreditar em nada além da idéia de que ele tinha me escolhido, por ser mais cômodo e limpinho para ele ficar comigo, além de tudo. Foi quando numa dessas noites atrás o dono do Bob me ligou da portaria dizendo um “volta pra mim” meio chocho que eu me toquei como a volta de Bob tinha me feito bem. Não queria mais o short, tinha arrumado um bem parecido num brechó há duas quadras de casa. Mandei na lata pra ele: - Tarde demais. Bob voltou antes.

quarta-feira, agosto 17, 2005

É mentira.

É tudo mentira. Tudo que eu escrevo, todas as minhas historinhas aqui são clichês reais. Eu realmente vivo. Vivo, sabe como é? Por isso não tenho inveja da Pille, da Carol Teixeira e nem da Sabina, por mais que admire esta última. Mesmo que eu te diga que são historinhas bobas e sem compromisso, pode ter certeza que é tudo mentira. Ou seja, é tudo verdade. Sacou? Por isso mesmo, espere e lerá por esses dias uma historinha hilária sobre minhas outras histórias dos outros. Eu não pude me conter e às vezes até eu sou sim, uma menina má. Maliciosa. Deliciosa. Impossível não querer roçar a minha língua na língua de Camões, né?

quarta-feira, agosto 10, 2005

Detalhes, diferenças.

Eu mostrava a língua pra ele em sinal de desdém, e ele achava isso sexy. Fazia sem querer. Por isso naturalmente sexy, me dizia ele. Vai saber. Eu era toda errada pro cara mais certo que já tinha aparecido na minha vida. Mas ele adorava isso, ele batia palmas quando eu mandava cartas sacanas pro seu trabalho, me ligava do banheiro e queria falar de sexo ali, no banheiro do chefe. Dizia que aquilo sim que era tesão. Parecia um cara que nunca tinha trepado direito. Ria e era feliz por qualquer merda. E, caramba, ele já tinha 35 anos! O que eu devia fazer, então? Fingir que nunca tinha encontrado ninguém assim? Mas seria verdade demais, porque sim, eu nunca tinha encontrado ninguém assim. Mas ele nem poderia sonhar que eu estava sendo verdadeira pela primeira vez na vida. Não deveria sequer imaginar que meus suspiros de orgasmo eram realmente sinceros, e que eu era feliz ali, preparando macarrão no fim de um domingo, com ele abrindo uma cerveja assistindo os últimos comentários dos jogos pela TV fechada. Seria demais se ele soubesse que eu estava realmente feliz, realizada, e sendo sincera. Achei melhor esconder isso, e acho que não me arrependo. Afinal, são dois anos de namoro firme, e mesmo que ele não fale em casamento e tenha brotoejas quando alguém cita a possibilidade de termos um filho, eu sei que de algum modo as coisas estão indo pelo caminho certo.

segunda-feira, agosto 08, 2005

Cold Water.

Ela é especial de várias formas e por infinitas razões nesta minha vida fadada ao fracasso total e absoluto. Talvez seja ela que me impeça de finalmente naufragar. Talvez, vá saber, cabe a todos nós que a amamos de algum modo descobrirmos. Te amo. Não valho nada, mas te amo.
Traduzindo:
Eu sou especial de várias formas e por infinitas razões na vida dele fadada ao fracasso total e absoluto. Talvez seja eu quem o impeça de finalmente naufragar. Talvez, vá saber, cabe a todos vocês que me amam de algum modo descobrir. Ele me ama. Ele não vale nada, mas me ama.
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Eu prometo pra mim mesma todo dia que não vou repetir mais de dez vezes a musiquinha do Closer mas eu não consigo (é, você disse, eu gostei mesmo). Estou aqui ouvindo de novo, com vontade de ouvir uma certa voz. Essa música tem o som de uma ligação não completada, eu sei. Daquele tututu que a gente que tá indeciso ou apaixonado ou amargurado ou cheio de boas lembranças ou enganado gosta de ouvir... se eu sou forte?
Não, eu não sou. Eu estou é cansada demais. E chateada com essas novas tecnologias que rastreiam tudo que você faz. Surpresa comigo mesma que antes era mais crente. Agora ando desanimada pra muita coisa e só acredito em criança e gente com mais de 67 anos. Tenho medo de encontrar pela frente de novo um grande desafio e dessa vez entregar os pontos de verdade.
Lançaram um livro com as algumas poesias do Buk. As minhas esperanças estão todas escritas nele, alguma coisa me diz isso. Enfim, por hoje chega de Cold Water. Rice, vá se ferrar!

sexta-feira, agosto 05, 2005

Bigode.

Aprendi agora que "bigodar" é dar problema. Então, meu filho, vamos lá, problemas eu tenho de penca pra dixavar aqui. Mas não vou ficar me estendendo, porque a minha tensão pré-menstrual não permite. Eu estou triste por conta de uns problemas de família. A família minha e eu quero cuidar, proteger, e quero me sentir cuidada. O que eu faço quando eu quero colo e quero também fazer carinho, o que eu faço quando as coisas estão indo na contramão, o que eu faço? Escrevo, escrevo, escrevo. E canto uma canção. Só eu ouço, só eu canto. Na minha cabeça tem um monte de som, mas é só a minha voz que faz diferença. Nem a notícia que eu vou ganhar um iPodi mês que vem me deixou mais alegre. Não hoje. Mas eu guardei ela pra outro dia, me lembrarei e ficarei animada daqui um tempo, eu sei. Tenho que dizer que fui à Pinacoteca ver uma exposição de fotos sobre Havana. Ah, Havana... depois do Pedro Juan, Havana pra mim tem outra cor. Bonita exposição, mas vista de fora por dois paulistanos que passaram (só) 12 dias em Havana. O que é verdade? Qual é a verdade, quero dizer. As mulheres de Havana, as mulheres nuas de Havana. A Pinacoteca é linda, as exposições muito legais. Gostei do passeio. E das companhias. Vi de novo aquele amigo de longe que mora na mesma cidade. A Fantástica Fábrica de Chocolate é isso mesmo. Fantástica. Ponto. Eu ontem ouvi de alguém que me ensinou a não ter saudade que pensava muito em mim. Que bonito! Principalmente porque eu nem ele nem precisava dizer isso preu gostar dele ou achar que ele é especial. E ele não ia ganhar nada além de um sorriso meu com essa frase, mas mesmo assim disse. Tá vendo porque que eu fico com a pureza e a resposta das crianças?

quarta-feira, julho 27, 2005

Você-sabe-quem.

Na segunda eu recebi uma criança que tem o mesmo nome de você-sabe-quem. Pois é, pois é. Ele tava lá plantado, nem queria sair do lugar, me olhando com uns olhos arregalados, nunca te vi, moça, ele deve ter pensado. O tempo passou, e no mesmo dia , ao acordar e me ver, ele sorriu pra mim. Que sorriso! Me despedaçou inteira. Ele tem bochechas grandes que ficam vermelhas no frio, ele tem sorriso que fecha o olhinho e avermelha a bochecha. E me deixou dar um beijo nele. A idéia de que eu vou cuidar dele até o fim do ano, escovar seus dentes, pôr pra dormir, vê-lo pintar o sete, ensiná-lo a segurar colher e a ter mais coordenação motora me deixa feliz. Eu gosto dele, e que legal ele ter chegado agora. Hoje e ontem ele chorou muito. Muito mesmo, e nem quer muita conversa. Mas vai passar. E ele vai me deixar dar outro beijo de novo, eu sei.

Warhol, você conhece minha webcam?

No domingo fui ver a exposição Motion Pictures do Andy Warhol. Gostei muito. Fiquei lá, imobilizada com os quadros de 16 mm feitos com pessoas desonhecidas e famosas. Interessante. Se o Andy me conhecesse, e me visse pela webcam, veria que eu também posso estrelar um de seus Motions Pictures. Voeyurismo? Tutti insieme, tutti. Encontrei um amigo que não vejo muito, mas que gosto muito. Acho que na mesma proporção. Contamos histórias de nossas vidas, ficamos surpresos. Vi dois filmes hoje na I Mostra de Filmes sobre Hip Hop. Um foi o The Beat, o outro, On The Outs. O primeiro sobre a história de dois irmãos que desejam fazer sucesso com o rap. O desfecho e a trama psicológica das personagens principais é muito interessante. O segundo conta a história de três garotas com menos de 18 anos nas ruas de New Jersey, que acabam indo parar na "Casa de Juventude", lá é que elas se cruzam. Histórias se repetem, finais diferentes, mas não menos previsíveis. Ontem eu chorei no banheiro, é um bom lugar. Você liga o chuveiro e ninguém desconfia. Eu falo aquilo tudo que estou sentindo pra pessoa que imagino estar na minha frente, e choro. Como se fosse real. Eu realmente creio ser uma menina legal. Talvez eu esteja enganada, vá saber. Você aí, pode me dizer? Será que existem pessoas do mal? Que fazem determinadas coisas só pra te fazer mal, ofensa gratuita, sabe como é? Eu não sei e nem quero saber, mas às vezes me deparo com essas atitudes por aí, e me abato um pouco. Por que é tão difícil mostrar que alguém te faz bem, mas atacar é tão mais simples e rápido? E pedir desculpas vai ser sempre uma obrigação? Às vezes eu me canso, mas eu acho que vou dormir um pouco, amanhã eu acordo dez pras seis e tomo banho antes que o cansaço me pegue. Então eu sorrio e acredito em tudo de novo. Pelo menos hoje me disseram: "Tu tem um brilho especial, que não se apaga assim fácil. Todas as vezes que eu estou triste eu quero estar perto de você, e você sempre me faz bem, é uma coisa que não se esgota, não tem prazo de validade. Tu tem uma vontade de viver e ser feliz que me dá inveja." Eu, que é isso, que é isso. Parece um post triste, mas não é. Só estou aqui pensativa.

sábado, julho 23, 2005

Almost words.

Closer. Adorei esse nome. Não é que tenha gostado tanto do filme. Mas do nome, sim. E da idéia que nem sempre quem está junto é quem se ama. E quem vai embora e diz adeus é quem não ama mais?
- Você já disse adeus a quem se ama?
- Não.
- Porque?
- Porque não se manda embora quem se ama.
Será?
E eu estava ali dançando com a minha saia rodada. E gritei minha mãe e disse:
- Preciso mandar fazer mais umas saias dessas. Pra não ser única, pra não me lembrar mais nada.
E eu queria saber se tu pensa em mim às vezes assim sem querer, como eu ontem indo sentar na poltrona lá no cinema pra ver Sin City me lembrei que você ia gostar de estar ali. Mas eu só queria saber se fosse sem tu saber que eu queria saber, tá sabendo?
O filme supracitado não vai ter comentários porque é bem tudo isso que todo mundo tá pensando que é. MUITO BOM, por vários motivos. Particularmente, adoro filmes que dão um valor especial às mulheres, que conferem às damas o status de estamos-aqui-porque-vocês-existem, e isso o Rodriguez soube fazer muito bem, bebendo no Miller, é claro...
Eu tenho vários insights, quando ando na rua, converso com as pessoas, quando vivo, enfim, pequenas histórias que me dariam boas crônicas, mas que de algum modo eu perco por aí. Procurei nos bolsos, na carteira recheada de lembranças, mas acho que algumas dessas passagens são para mim como aquelas vezes em que estou no show do cantor preferido e não quero tirar foto, só ir depois ao camarim e falar pra ele que foi muito bom, pegar na mão e pronto. Mas ainda assim acho que esse é o trabalho da escritora, que sem cessar observa a vida. Essa coisa de esmiuçar ainda mais os detalhezinhos dessa nossa vidinha, e torná-la menos besta, mais vida. Isso está cada vez me atraindo mais e me absorvendo, mesmo que eu não esteja escrevendo com tanta frequência. É fascinante! Eu me abasteço relembrando de cada conversa travada entre os cafezinhos, de como as pessoas ainda conseguem me surpreender e me fazer sorrir! Será que um dia eu vou me cansar disso?
Tenho feito ultimamente algumas coisas que tinha deixado de lado, como dormir mais, escrever cartas, passar alguns minutos conversando com o pessoal aqui em casa. Por conta do meu probleminha de saúde, eu não consigo ficar parada por muito tempo e não me concentro numa só coisa por muito tempo. Se eu estiver lavando os pratos, por exemplo, e tiver que esperar uma pequena bacia encher d'água, eu vou procurar outra coisa pra fazer, como tirar aquela sujeirinha do fogão, e nisso fico o tempo inteiro. Pra lá e pra cá. Descobri que é esse o meu ritmo, e não, eu não sou só louca. Melhor ainda foi descobrir que uma colega minha tem os mesmos sintomas que eu, ansiosa. A gente nunca se conhece, tsc, tsc.
E a gente nunca sabe o que pensam da gente. No trabalho, eu sou vista como uma garota séria, que abdica da hora do café pra ler uma matéria de jornal, "que cuida de quem gosta". Que não tem paciência pra futilidades. Me surpreendi de novo. Pra terminar, eu sou a menina com "capacidade de amar". Essa é a frase que me ressuscita toda manhã.

domingo, julho 17, 2005

Tudo ao mesmo tempo agora.

Ai, ai, ai. Já me disseram que eu sirvo de conselheira pra muita gente. Hoje foi dia. Casais se separam e me ligam, me visitam em separado para me perguntar a melhor saída. O que eu faço? Aconselho, mas termino dizendo: - Não sei nada sobre isso, tudo que eu disse são só opiniões... se tu ama essa garota... faz o que tu tem vontade. Porque a vida é muito curta pra tu perder tempo aqui me ouvindo. Sério. Eu falo o que eu realmente faço quando tou apaixonada. Eu penso duas vezes e ligo, escrevo, corro atrás do que eu quero. Se não me querem? Ah, aí é outro departamento. Aí eu choro, mas no outro dia lavo o rosto e continuo acreditando que há de aparecer alguma luz no fim do túnel. Eu preciso aprender a ser só, lembram dessa música? Legal, né? Aqui estou eu, me equilibrando em minhas próprias pernas em busca de algo que me faça mais feliz, leve, levitar. Flutuar. Eu descobri que posso sim ser especial pra muita gente, na vida de muita gente, e não ter saudades... tornar a minha passagem algo importante por demais, bonito por demais, e seguir vivendo. Capacidade de amar? Bonito isso, né? Eu queria te amar, bobo, mas pra isso tu tinha que deixar, agora eu continuo amando, sabe como é, não se deixa de amar assim, mas o lance é que agora eu não preciso falar isso, eu só sinto e me sinto muito bem. Fim de semana de ver filme antigo. Eu faço o que chamo de "Aqueles que todo mundo viu, menos eu". Vi "Os Suspeitos" e "L.A., Cidade Proibida", coincidentemente os dois com Kevin Spacey. O cara manda bem. Mas eu terminaria o segundo com o vilão matando geral. E ponto. Porque eles não fazem uns filmes assim, que chato! Eu queria tanto ver o vilão matando geral! Poderia ser até aquela coisa clássica dele assoprando a fumacinha do cano depois da matança e indo embora, a luz da penumbra e tals... mas é sempre assim! Vem alguém com um canivetinho desse tamanho e dá um jeito de terminar a história com o mocinho explicando toda a trama, nos chamando de novo de idiotas. Eu respiro fundo. Dia de ligações. De amor transbordando. Me disseram hoje também que eu tenho uma coisa que não sabem dizer o que é que ilumina as pessoas que estão perto de mim e tals. Que eu sou boa companhia pra pessoas que tão meio assim pra baixo. E que nem assim elas conseguem sugar o meu brilho. Que legal, né? Anos e anos de treinamento valeram a pena. Ufa! Posso dormir e amanhã fazer uma maldadezinha assim, só de leve.

quinta-feira, julho 14, 2005

Again.

Aham... por onde começo? Começo? Termino? Sei não. Tou triste, pra começo de conversa. Triste com a vida e com as pessoas. Me disseram que iam lembrar de mim pelo "meu sorriso, minha doçura e minha capacidade de amar". Isso me fez chorar. Me senti agraciada com essas palavras, sou feliz. Eu amo. Eu posso amar. Eu gosto disso, de estar na chuva e me molhar. E quero amar sempre e de novo, sem esquecer que quem eu amei eu não deixo de amar não, eu amo e amo e amo pra sempre e de novo a mesma pessoa a vida inteira. Mas tu já conheceu alguém que não quer ser amado, que foge disso? Eu conheci! Eu corri, corri, mas não deu pra alcançar! Lembra do Pequeno Príncipe dizendo lá que "tu é responsável por aquilo que tu cativa?" Pois é, eu queria ser responsável, queria dizer que amo e me preocupar, abrigar aqui dentro, dar colo, mas isso implica em compromisso e entrega, nem é dizer eu te amo, é deixar que o outro te ame, tocar em você, bem lá dentro. E não se precupar com o resto, me deixar amar você, me deixar amar você. Pode parecer contraditório, mas eu sei que era possível ser responsável por te amar e por ser amada e ser livre. Eu queria preservar tudo isso e não queria que virasse obrigação. Não queria mesmo! Desde o começo eu ria e era feliz porque me imaginava livre dentro de um amor que me fazia feliz. Mas aí vieram as regras, quem inventou, quem inventou? Se eu estou triste ainda? Agora nem tanto... queria poder dizer essas coisas olhando nos olhos, tocando no rosto, fazendo carinho com sorriso. Porque eu amo e não vou deixar de amar sempre e de novo.

terça-feira, julho 12, 2005

Historietas.

- Foi quando ele pôs a mão no meu ombro que eu gostei dele. Você me beijou depois disso, amor? Pausa. - Não lembro, diz ele, procurando o álbum de fotos. - Ah, eu gostei dele desde o primeiro dia que eu o vi. E ele querendo ficar com minha amiga, que foi amiga mesmo e não ficou com ele. ------------------------------------------------------------------------------------------------ - Ela mexe aqui dentro da minha barriga quando o pai vai chegar. Ela sabe que é ele e me avisa. Eu vou abrindo a porta junto com ele e ele me pergunta "Como você sabia?", eu digo que ela me avisou. ------------------------------------------------------------------------------------------------ - Casar é bom e é ruim. É bom quando você se sente só e tem alguém pra conversar, pra falar tudo que você quer falar. E é ruim quando você enjoa até de você mesmo. Tem horas que tu enjoa de tu mesmo, sabia? E nessas horas tu não quer ninguém perto. ------------------------------------------------------------------------------------------------ - Tem horas que eu tenho raiva de você. Fico com tanta raiva de você. Pausa. Pausa. Pausa. - Eu sou calma, mas tenho raiva também, amor. Como qualquer pessoa. E você me esconde as coisas, não me leva pra sair com você, diz que eu não vai levar "bolo pra festa". Tenho raiva de você. Não sou ciumenta, mas... Suspiro. De novo. ------------------------------------------------------------------------------------------------ - Amor, lava os pratos pra mim? - Amor, não é esse o lençol pra pôr na cama hoje. Não é melhor aquele outro que você me deu? - Você já limpou o pátio? - Você já mostrou as roupinhas da sua filha que vai chegar pra ela? ------------------------------------------------------------------------------------------------ - A gente ouviu esse cd inteiro um dia, só se beijando. Ele comprou um vinho... começamos bem aqui... e terminamos lá (aponta a cama, com um sorriso maroto e uns olhinhos de lembrança)... ele sabe que quando eu bebo vinho eu fico assim... ------------------------------------------------------------------------------------------------

segunda-feira, julho 11, 2005

Concurso.

Agora começa de novo a maratona de estudos para um novo concurso. Estudar, cair em cima de livros e livros, definições sem sentido, letrinhas miúdas e tudo isso. Mas eu sei, vou passar, sou uma pessoa de bem e afinal, preciso do emprego para conseguir mais algumas coisitas pra minha vida e pra vida das pessoas que eu amo. Eu vou passar por isso, né? Mas vou passar também porque vou estudar. Hoje dia de desabafo. Eu e a minha amiga mais próxima estamos vivendo situação tão parecida que ela completava as minhas frases e eu as dela. E as duas sem resposta. Engraçado que chega dá vontade de chorar. Eu tenho um elefante branco, ela tem uma batata quente. Mas a gente nem pensou em permutar nada. Acho que na casa dela não cabe um elefante. E nem sei se ela curte branco. Eu, por outro lado, preferiria uma batata quente. Pequena, prática, e nesse friiio... vou tentar convencê-la da próxima vez. Me emocionei seguidas vezes esse fim de semana. Com pequeninas histórias de amor e eu sou feliz pra vida toda. Vou escrevinhar por aqui, qualquer dia que a imaginação não for dormir antes de mim.

quinta-feira, julho 07, 2005

Vestimenta.

A coisa toda de não gostar de vestir jaqueta e roupa de frio mesmo nesse frio eu já descobri o que é. Eu simplesmente acho horrível o jeito como se vestem essas garotas aqui em São Paulo. Digam o que quiserem, mas eu acho feio demais calça jeans com moletom e aqueles sapatinhos de camurça. Argh, eu até comprei um pra mim, mas passado quase um ano, eu só usei uma vez, se for contar que eu fiquei sem ele durante quase todo o expediente no serviço. Não gosto, é feio. Não é feminino, se é isso que querem ouvir. Padronizado demais, tu anda na rua e todas as garotas estão de calça jeans e moletom, que só varia de cor e nome de marca, que na maioria é aquelas de surf horrível, roupa de surfista pós-onda, sabe como é, pra aguentar fim de tarde e maresia na praia, ao lado da fogueira... e não pra usar na cidade, suja cidade, não! Falem o que quiser, mas pra mim não tem nada mais bonito que sandália de dedo. Sapato esconde, fecha, não mostra. Aquece, né? Bom, mas eu não gosto. Vou no cinema com aquele menininho que quer me agarrar mas ele só acha roupa e mais roupa. Isso do frio me esfria. Só que não gosto de calor. Só que estou mudando de opinião, devagar e sempre. Ti scaldo io. Por isso, reluto. Sempre espero que um solzinho, mesmo meio fraquinho e sem vontade apareça, só pra descalçar o único tênis e escolher uma sandália. Compro sandália no frio, amo ver meu pé de fora, ele é bonitinho, e mesmo se não fosse, ele tem todo o direito de andar livre, fez nada de mal pra ninguém, sô! Mas com roupa de frio sou ninguém na multidão... tento inovar, um broche aqui, um cachecol colorido ali... nada de moletom igual e padronizado. Abaixo esse visual sem sal! Pra cima todas as cores, sabores e dedões pra fora! Sandálias, chinelos, percatas, franciscanas, como quiserem! Pelo direito de usar roupa colorida e dedões pra fora no inverno! Que ele não seja ditador, me fazendo usar roupa feia! Peguei pesado, né? Mas foi um desabafo.

terça-feira, julho 05, 2005

Nero ou Azurro?

Dia simples, de pagar contas, ir ao cinema, pesquisar preços, trabalhar, ler jornal. Dia mais um, dia de fazer as coisas que têm que ser feitas. Estou me descobrindo ainda mais forte do que imaginava ser, do que esperava ser. Eu chego lá. Que bom que agora sei onde é.
Bob Dylan só me enfeitiça. Mas agora é Antonioni o cara da vez.

segunda-feira, julho 04, 2005

Coisas sobre mim.

Demoraria mais tempo pra vocês descobrirem sozinhos/as, mas em primeira mão, eu apresento-lhes "Coisas sobre Mim": . Eu leio jornal de trás pra frente; . Eu abro armários de banheiros alheios e cheiro os perfumes, olho a marca da escova, da pasta dental, tudo; . Eu durmo com 2 ou mais travesseiros; . Eu invento histórias e quase sempre esqueço de inventar o final; . Eu durmo pensando no que vou comer no dia seguinte; . Eu odeio perder moedas, mesmo as de R$0.05; . Eu deixo as pessoas falando e durmo, quando estou com muito sono; . Eu choro quando o chuveiro tá ligado pra ninguém saber que eu tou triste; . Eu mexo no cabelo sem parar quando tou sozinha, que nem a minha mãe; . Eu danço na frente do espelho e finjo que tem alguém me olhando; . Eu tenho medo de acordar e ter que ir até o interruptor ligar a luz às vezes, quando eu quero fazer xixi ou beber água; E eu faço mais umas três ou quatro coisas bem só minhas, mas eu não posso falar aqui, que pena. Mas nada de tirar caca do nariz, são coisas mais legais.

domingo, julho 03, 2005

Sexy.

Festa na casa de amigo da amiga. Que amiga. Que me ama, me ouve, me leva pra casa e faz carinho. Pergunta se eu tou bem. Ela tá bem também, pode me dar carinho, cuidar de mim. Eu cuido dela daqui umas semanas. Me levou pruma festa em que de 10 em 10 minutos me diziam que eu era a garota mais seksi da festa. WOW! Se o Gui ouve isso... o Gui ia dizer pro cara: "Seu mala véia! Ela é minha protetola!". Eu vim no ônibus com muita vontade de dizer que eu gostava muito dele. Muita vontade. E eu disse, e ele acreditou, mandou um coração pra mim e disse que eu não posso me casar não. Mas que depois a gente conversa ao vivo, antes de ver Exílios no cinema, na quarta. Tu já sentiu isso assim forte, de tu olhar pra pessoa e querer um bem danado, bem que tu nem nunca viu o tamanho, e que só aumenta, diabo de vida mais curta, viu? Tu quer pegar na mão dele e segurar o tempo com a outra, só por uns minutinhos. Mas tu só quer dizer isso e quer que ele siga a vida dele, que tenha a vida dele, longe ou perto, mas a vida dele, talvez sem você, talvez, mas que viva, que seja feliz. Poxa, ele consegue me fazer a garota mais linda e especial do mundo, mesmo que seja por 20 minutos! Será que ele faz de caso pensado? Queria chorar agora agorinha mas a lágrima não vem e a parte da música que faz chorar já passou. I Got The Blues, né? Toda hora tem uma partinha que faz chorar. Vou esperar aqui sentada.

quinta-feira, junho 30, 2005

Presta atenção.

Eu olho ali pro lado e vejo que o Sticky Fingers já foi gravado, vejo que o Robbie Robertson e o Dylan existem e gravaram um monte de coisas juntos, leio um livro do Buk contendo pequenos ensaios sobre a vida (a minha vida), vejo que tem café com leite quentinho em cima da mesa, que minha mãe hoje fez sopa, que tem uma mensagem na caixa postal dizendo "Porque que eu te amo?", entendo mais uma das afirmações do Ludwig e aí eu tenho a certeza de que não, eu não preciso de você pra continuar vivendo. E lembro que você mesmo, depois de uns copos, já me disse isso.

Sou de Nanã.

Lendo um livro chamado Mitologia dos Orixás. E me envolvendo mais ainda com a cultura negra. Descobri que Nanã, a santa que me rege, é bem parecida comigo, ou com o que pelo menos eu gostaria que fosse parecida comigo. Olha só um dos mitos de Nanã: "Nanã era considerada grande justiceira, Qualquer problema que ocorresse, todos a procuravam para ser a juíza das causas. Mas sua imparcialidade era duvidosa. Os homens temiam a justiça de Nanã, pois se dizia que Nanã só castigava os homens e premiava as mulheres (...) (...) Segundo Exu, conhecido como bisbilhoteiro, Nanã queria dizimar os homens. Os orixás reunidos resolveram dar um amor para Nanã, para que ela se acalmasse e os deixasse em paz. Os orixãs enviaram Oxalufá (Oxalá) nessa missão. (...) Sabiam que Nanã não gosta de Ogum? Eles foram casados! Mas sabem porque rolou esse arranca-rabo? Ogum é fazido. É que Ogum é dono de todos os metais, e Nanã retou por causa dessa tal dominâcia, Nanã acabou proibindo nos seus cultos qualquer tipo de ferramenta. Danada. Sou de Nanã. Ainda vão sair muitas considerações deste livrão enorme, ele me enfeitiçou. Estou seduzida. PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás, Companhia das Letras, SP: 2001. Ah, hoje fui ver Contra Parede. Entrei no cinema achando que ia ver um filme mediano. Qual o quê, foi um dos melhores filmes que vi esse ano. Pro meu gosto esquisito e sem noção, foi um dos melhores. Sim, imprevisível. Com uma cena de agressão gratuita que disse muito sobre a personagem de Sibel. Sibel é turca e seus pais só a liberam de casa depois do matrimônio. Ela então conhece numa clínica um outro turco, e com ele mantém um casamento de fachada. O que vem depois, e mesmo antes dessa história, é muito interessante. Nota 10! Frase do filme que lembro: Você não precisa se matar pra morrer. Faça alguma coisa por aí, depois caia fora. Ou não faça nada. Depois dei uma andada na Paulista e fui ver Hearts and Minds, documentário do Pete Davis sobre a Guerra do Vietnã, feito em 1973 e que ganhou o Oscar em 1974. Pude ver cenas memoráveis como a daquela garotinha correndo nua das bombas que estavam sendo atiradas em sua aldeia. Novidade? Ultimamente tenho lido bastante sobre o governo Nixon e as guerras que afligiram o mundo nessa época, então não tive grandes surpresas com o documentário. Eu acho que pra quem acompanha as notícias só pela TV' filmes assim mexem um pouco com aquilo que você define como sua realidade. Mas sinceramente, eu saí do cinema achando que aquele documentário, olhando por um outro ponto de vista, pode ser só mais um enlatado.

sábado, junho 25, 2005

Batman Begins.

Ok, podem falar o que quiserem, mas tendo por princípio que este blog é meu, eu vou postar aqui que não achei nada demais nesse novo filme do Batman. O filme é bom, é mesmo o melhor de Batman, mas eu por mim esperaria pra ver em casa, comendo pipoca na sala... me acostumei a ver filmes com finais interessantes, surpreendentes. Não sei mais o que fazer com filmes previsíveis. Você pode me dizer que é previsível por que eu li o gibi. Não, não é isso. Primeiro, eu acho que o diretor poderia ter explorado bem mais aquele lance da iniciação do Bruce Wayne, como e onde ele consegue treinamento (eu achei super a idéia de colocar aí elementos orientais, mesmo que a isso esteja meio batido, pra falar de disciplina sempre recorrem aos tiozinhos de olhos puxados), poderiam ser feitas muito mais cenas sobre isso, eu mesma esperava. Até por que o próprio gibi peca nessa parte, então a grande sacada do filme é isso aí, sacaram? E isso não é previsível. Gostei particularmente das cenas com Liam Neeson. Aprendi a gostar desse cara. Mesmo que ele esteja fazendo Cruzada, um filme que não faz muito a minha cara. Outra coisa: o filme é bem legal por que mostra um Bruce humano, fazendo ou fingindo fazer coisas que nós, humanóides, pensamos que os playboys ricos fazem. E ele até que se saiu bem. O que me chateia um pouco é esse roteiro inocente, com uma garotinha indefesa, mas cheia de coragem, com os amigos certos para os conselhos e horas certas... isso sim é previsível, mas ele poderia ter explorado isso de um modo mais interessante. O Flass e o Fox, por exemplo, depois da personagem do Liam, para mim, são os melhores no filme. A voz do Batman... bizarra mesmo, e como disse um blog de um amigo, lembrava a do Max Cavalera... aha! Achei estranho, mas depois me acostumei com a idéia. A roupa e o carro também são os melhores em qualquer tempo; a cena das perseguições são fundamentais para se gostar do filme, é isso que ele tem de bom, a tecnologia ao seu favor, mas fora isso, nada é tão chapado assim. Além disso, pra mim, ainda não acertaram no ator pra interpretar Bruce Wayne. Nenhum deles me convenceu. Bayle? Ora, faça-me o favor! E poderiam ter colocado alguém melhor que a Holmes, né não? Eu gostei mais do Constantine. Gostei mesmo, aquele lance todo maquiavélico e cheio de bruxaria que envolvia o John... a HQ também é muito melhor que a do Batman, vamos considerar... talvez não tanto seus desenhos, mas a história é bem original, diferente do Batman, tadinho, que veio na leva dos alteregos todos... Acho também que vou gostar mais ainda do Sin City. O Batman é bom pra começo. O Nolan tem mesmo que continuar isso aí, pra gente dizer no 2 que ele superou expectativas. O cara dirigiu 2 filmes, que nem bombaram tanto assim, então, não vamos reclamar. Mediano. E nem adianta comparar com os outros Batmans, que foram ruins. Esse é o melhor, mas nem por isso nota 10.

terça-feira, junho 21, 2005

Sobre Sartre, sobre amor e sobre amizade. Nessa ordem?

Ontem Sartre, se estivesse vivo, completaria 100 anos. E eu, só para homenagear, estava lendo um livro sobre ele no ônibus. O mais engraçado é que o livro estava tãããão interessante que eu passei do ponto e tive que ir com o motorista até o fim da linha pra depois voltar, por que já estava longe da minha casa pra ir andando, e tarde demais para pegar outro ônibus no meio do caminho... Olha o parágrafo que eu tava lendo... sente só... " Os conceitos do marxismo"... e parará... enfim... o cara me dizia que eles eram válidos, mas que era preciso reinventá-los, em suma. Coisa que eu também concordo. Vai ver por isso passei do ponto. Aí ler Sartre me lembrou de um amigo que me disse que fica triste quando o lê. Eu não, eu fico animada. Vai entender... acho que Sartre me diz que a liberdade existe, mesmo que ele tendo descoberto que ela está presa (sic) à condição histórica, nós todos estamos, não é? E a náusea provoca agonia, mas provoca sensação de vida, de que estamos vivos, VIVOS! Falando de amigo... eu fui mesmo agraciada esse mês com a presença surpresa, surpresa presença de um tal amigo na minha vida. Alguém que se preocupa comigo, que pergunta se eu jantei, se eu estou feliz com meu trabalho, que decora os nomes das minhas crianças e me diz que eu sou bonita de óculos todo o tempo. Pena que ele vai embora... mas me marcou o fato de que, mesmo a gente não tendo vínculo nenhum, nenhum MESMO, ele se preocupa comigo pra vida inteira. Você sabe o que é isso? Se preocupar sem nenhuma intenção a não ser fazer a outra pessoa feliz. Foi ele que me disse que eu era uma Cenerentola. E me disse que era um Arcobaleno. Eu concordo com tudo que ele diz. Não, quase tudo. EM TEMPO: Tive que escutar coisas absurdas ontem ao telefone simplesmente por que a pessoinha lá do outro lado não se tocava que eu estava realmente chateada. O que se faz nessas horas? Quando você conhece alguém que não entende que machuca, que nunca descobre sozinha que fez algo de errado? Será que eu sou feita de manteiga mesmo? Pelo menos, depois de anos de seca, eu chorei de raiva. E tomei decisões que estavam sendo proteladas sem motivo aparente. Tomei decisões? Não, tomei coragem de assumir. E redescobrir que não preciso de mais nada e nem ninguém pra ser feliz. De novo e sempre.

segunda-feira, junho 20, 2005

Café.

SHORT CUTS: Nunca mais a frase "vou fazer um café" terá o mesmo sentido para mim.

sábado, junho 18, 2005

Crença e Fé.

Crença e Fé. Eu sempre acreditei em tudo que ele disse. Até daquela vez em que me disse que ia tomar formicida, só de brincadeira, depois de uma das nossas brigas. Acreditei tanto que, com a chave do apartamento dele em mãos, no horário de trabalho, vasculhei tudo para ver se havia algum indício de verdade naquela frase. Eu sempre acreditei, nas melhores mentiras, nas verdades mais fraquinhas. Lembro dele sempre pedindo para que os amigos não brincassem muito comigo, eu voltava pra casa perguntando o que era realmente verdade e o que era mentira, nunca sabia discernir e por muitas vezes havia chorado mortes que nunca aconteceram, celebrado casamentos que nunca nem começaram, feito planos de futuros sobrinhos de amigas inférteis, enfim. Chamavam-me de ingênua, quase burra de tão boba. Mas não era bem isso. Fui criada numa família muito religiosa, que me ensinou que as pessoas eram muito boas, só atentando para o contrário quando provas concretas me fossem apresentadas, o que, convenhamos, quase nunca ocorreu. Lembro-me de um caso ou outro em que duvidei da palavra de algumas pessoas, mas isso está num passado muito distante da minha vida e nem quero lembrar-me disso, pois mamãe já me alertou sobre as "exceções da regra", ou seja, esses casos só existem na verdade para que a regra de que todo mundo é realmente bom e verdadeiro prevaleça. E sempre foi assim, e sempre vai ser. Ele sabe disso, mas ri de mim. Às vezes se aproveita das minhas crenças para conseguir o que quer, pois eu mesma estava no mundo a serviço da verdade, ele assim comprovava. Não mentiria, não brincaria com coisas sérias, não saberia nunca discutir assuntos relevantes com aquele tom irônico que a maioria das pessoas coloca no fim das frases. Só que... Bem, só que... É quase impossível acreditar no que meus olhos viram essa semana. Ela é linda, a Sarah. Um espetáculo de mulher, aquelas de arrasar quarteirão. Trabalha com ele, mesmo elevador para subir e descer o prédio, mesma sala do café. Conversam o dia inteiro através do e-mail da firma. Eu sei, sim, eu sei, por que um dia lhe fiz uma surpresa aparecendo assim de repente numa tarde no escritório, e as mensagens não paravam de chegar à sua caixa, a tela minimizada, mas o barulhinho inconfundível das novas mensagens e a checagem antes de sair não me deixaram dúvidas. Por que eu fiz isso? Não deveria eu acreditar que ele estava realmente trabalhando no escritório? Não é isso que acontece lá? Mamãe sempre me alertou para o fato de que as dúvidas empanam o brilho da verdade. E esse era o problema de ter visto a Sarah, o mulherão. Minhas verdades já não eram as mesmas, e eu não poderia crer que ele conseguiria trabalhar ao lado dela. Eu estava quase me sentindo mal por duvidar. Sim, a dúvida é a raiz de todo o mal. E se ela foi criada por mim, eu estava sim impregnada de mal por todos os poros. Isso era ruim, fazia de mim uma pessoa como todas as outras: descrentes, injustas e infelizes. Mas o diabo é que eu não consegui mais dormir a noite inteira pensando nisso. Pensando nele. Mas nele com ela. Com Sarah. Que recebeu esse nome por causa do pai que adorava o Dylan. Isso ele me contou, assim, como quem fala de alguém muito próximo. De algum modo, eles eram sim, próximos. As mesas ficavam uns 1,5 m de distância. Mas eu acreditava nele, até quando dormia. Dessa vez... Bem, dessa vez era diferente. Meti na cabeça de não poderia acreditar em Sarah, e lembrei-me que mamãe havia perdido papai cedo demais para incluir essa exceção em suas regras. Mamãe não teve de se preocupar com Sarahs. Papai morreu com cirrose hepática e impotente aos 42 anos. Eles tinham 23 anos de casados e apenas dois que moravam numa cidade com mais de 10 casas, e, nessa época, ele já não era por assim dizer um cara empenhado em suas atividades de macho. Supus então que ela se conhecesse Sarah, no mesmo momento abriria uma brecha em suas colocações cristalinas sobre crença e fé. Contratei um detetive. Ele iria me dar detalhes após 72 horas de serviço intenso. Combinamos o valor e local de entrega das provas, ou, na melhor das hipóteses, da falta delas. Os três dias passaram lentos, com ele me vendo fumar cigarros que nunca havia fumado e indo dormir quase sempre depois do jornal da meia-noite, mesmo odiando a jornalista que me lembrava sua ex-namorada. No último dia, sonhei com mamãe. Ela me olhava com os olhos tristes, e me dizia baixinho: - Filha, mamãe nunca duvidou de ninguém. Nem de você. Enfim, o dia chegou. O detetive me ligou. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, gritei: - Não, não quero saber. De nada. Eu sei que você não tem prova nenhuma contra essa moça de bem. Sinto-me uma víbora só por imaginar que um dia eu... E desliguei. Na cara dele. Pra quê mudar meus conceitos? Afinal, passei 34 anos vivendo desse jeito, e era, por assim dizer, bem mais feliz que a maioria. Além disso, ele gostava de mim. Pelo menos, ontem, quando eu cheguei em casa, no horário do jornal, percebi que ele tinha instalado uma TV a cabo, pra não que eu não precisasse mais ver o jornal com a jornalista metida a ex-namorada.

quinta-feira, junho 16, 2005

Você é muitas pessoas dentro de você e de mim.

Para PEPU: Tomando banho e pensando... quantas pessoas passaram pela minha vida? Quantas chances eu tive? Quantas realmente me conheceram e quantas eu quis conhecer profundamente? A água caindo e eu ainda pensando... dessa vez não quis cantar como ontem. Eu quis entender como é possível que esse momento já tenha acontecido tantas vezes e ainda assim o tesão de continuar aqui, vivendo intensamente essa semana e a outra que virá estar tão presente, quase posso tocar. Como eu posso me surpreender tanto e sempre e de novo com as pessoas? E gostar tanto disso, de conhecer, de falar de mim, de sorrir, de mostrar um pouco, esconder... me relacionar é uma das coisas que amo fazer e uma das coisas que mais faço bem nessa vida, eu tou ficando velha e mesmo assim continuo parecendo uma boba diante de gestos como ganhar um bracelete de um feira lá da República, de entrar no metrô e alguém me esperar pra entrar junto, de cair o livro e alguém se debruçar automaticamente para pegá-lo. Isso ainda me faz querer continuar vivendo, a despeito de tudo que já passei e que ainda vou passar, sabe deus. Excitante. Essa é a palavra. Tesão, que não existe em outra língua, mas e quero ensinar pra quem não sabe. Será que você nota que eu vivo o tempo todo com tesão pela vida e por continuar vivendo? Quantas e quantas pessoas que eu conheço e que passaram por aqui, mas é você quem me faz sorrir essa semana. Pra quantas e quantas pessoas eu poderia ter dito isso, mas é pra você que eu dediquei esse post. Descobri que não estou preocupada com o que virá. Nem se seu sorriso vai me perseguir. A hora de sentir saudade é agora, pra amanhã eu ficar feliz quando te encontrar. Me deixa, que hoje eu tou de bobeira.

segunda-feira, junho 13, 2005

Livre, leve e solta.

Estou terminando uns textos, eu prometo. Estou feliz, gente, por favor, me deixem em paz, eu quero é me divertir. Meu bloco já está na rua, eu só preciso retocar a maquiagem, sair pra fora, ver a Lua e dançar. Escrevi uma coisa legal essa semana, pra uma pessoa mais legal ainda: "Tenho que começar a ver a felicidade como algo perene na minha vida, me acostumar com isso. Por que ser feliz não é chato, é simples". Você aí que leu, pode usar a frase, mas citando a fonte, por que o Parreira não fez isso e deu um rolo... não recomendo. Se você quiser florear, dar uma alongada e melhorar a coisa, tudo bem, mas nada muito brega do tipo: "E é simples como amar você, babe". Ah, não!

domingo, junho 12, 2005

Autogrill

La ragazza dietro al banco mescolava birra chiara e Seven-up, e il sorriso da fossette e denti era da pubblicità, come i visi alle pareti di quel piccolo autogrill, mentre i sogni miei segreti li rombavano via i TIR... Bella, d' una sua bellezza acerba, bionda senza avernel' aria, quasi triste, come i fiori e l' erba di scarpata ferroviaria, il silenzio era scalfito solo dalle mie chimere che tracciavo con un dito dentro ai cerchi delbicchiere... Basso il sole all' orizzonte colorava la vetrina e stampava lampi e impronte sulla pompa da benzina, lei specchiò alla soda-fountain quel suo viso da bambina ed io.... sentivo un' infelicità vicina... Vergognandomi, ma solo un poco appena, misi un disconel juke-box per sentirmi quasi in una scena di un film vecchio della Fox, ma per non gettarle in faccia qualche inutile cliché picchiettavo un indù in latta di una scatola di té... Ma nel gioco avrei dovuto dirle: "Senti, senti io ti vorrei parlare...", poi prendendo la sua mano sopra al banco: "Non so come cominciare: non la vedi, non la tocchi oggi la malinconia? Non lasciamo che trabocchi: vieni, andiamo, andiamo via." Terminò in un cigolio il mio disco d' atmosfera, si sentì uno sgocciolio in quell' aria al neon e pesa, sovrastò l' acciottolio quella mia frase sospesa, "ed io... ", ma poi arrivò una coppia di sorpresa... E in un attimo, ma come accade spesso, cambiò il voltod' ogni cosa, cancellarono di colpo ogni riflesso le tendine in nylon rosa, mi chiamò la strada bianca, "Quant'è?" chiesi, e la pagai, le lasciai un nickel di mancia, presi il resto e me neandai... Ai, ai, ai...

quinta-feira, junho 09, 2005

No ar.

Seja o que for, tem cheiro de tristeza, desprezo e um quê de fim. No ar. Não sei o que é, mas eu sinto. É como se soubesse. Quando acontecer de falar, vai ser só pra confirmar. Pra quê diabos sexto sentido? Pra quê diabos perceber tudo antes do final, do começo e no meio? Não quero me precaver, não quero me reguardar, não quero me defender. Quero estar na chuva, me molhar. Eu quero ser feliz, só isso, é pedir muito? Né não, por que eu sou uma menina legal, eu sei, eu sou, eu olho no espelho quando imito Ella e dou um risinho de lado por que eu sei disso, mas me faço que não, sou fazida às vezes. Mas vai, deposita na minha conta um cadinho de felicidade. É só por um segundo, mas parece todo o tempo do mundo, e ninguém mais percebe, só você. Só você. E o que você faz com isso? Guarda, grita? Desdenha, minora? Eu sei lá. Nunca senti, então não sei o que fazer. Por isso escrevo, vivo, amo, sorrio, choro, eu verbos, eu preencho, e eu sono também.

quarta-feira, junho 08, 2005

Isso pra mim é perfume!

Minha vida tem cheiro. Não de perfume, produto feito em grande escala e nada original, mesmo os mais caros do mundo, mas tem cheiro natural mesmo, tem o meu cheiro e o cheiro das pessoas que por ela passam, que por ela ficam, que nela brilham, que com ela dançam. Minha memória tem os sentidos todos, ela cheira, apalpa, sente, toca, ouve, degusta. E o cheiro faz parte desse universo de sensações que eu não quero que morra, que me fazem sempre mais viva que a maioria dos mortais. Cheiro e som, perfeito. Me lembram coisas que não quero esquecer, que não quero que passem nunca, que quero contar para as pessoas que me conhecem, que me fazem parar no meio da rua e sorrir abobalhada para algum ponto no infinito. Também dizem sobre mim, de onde venho, o que gosto e o que sei sobre a vida. Mais: diz também sobre o que quero saber e sobre meus mistérios. É importante pra mim saber que cheiro tem o homem que eu amo, e se ele sabe que cheiro tem o meu amor por ele. Dizem os estudos que os cheiros de homem e mulher atraem, que a gente sente e fica atraído, que tem sexo nisso tudo. Tem tesão, palavra que como nos lembra Roberto Freire, só existe aqui no Brasil, assim como saudade. E tem aquele cheiro característico de mulher em período fértil, que me parece, só as mulheres sentem conscientemente. Sim, claro, os homens sentem sim, mas não sabem disso, não entendem de onde vem aquele sabor que sempre o impele a querer mais da mulher amada, em determinados dias do mês. Funciona como um chamariz sexual, um appeal a mais na condimentada (ou frustrada) relação a dois. Eu, euzinha, acredito que todo mundo que está ao meu redor sabe que exalo sexo por todos os poros durante alguns dias do mês, por mais que hajam como se aquele fosse mais um dia de trabalho, mais um dia como outro qualquer. Tá na pele, no cabelo, no hálito que saem junto com meu "bom dia". É tão ulululante o óbvio olor que imagino os pensamentos mil fervilhando na cabeça daqueles que só tiveram 10 ou 20 minutos do dia ao meu lado; coisas do tipo "Uau, que garota sexy!", e outras tolices. Acabei de passar por mais uns dias como esses. Mas dessa vez acho que descobri que esse é o nosso grande ás, para aqueles dias de marasmo e chateação total. Sim, por que sentir-se sexy e desejável faz você render muito bem, em tudo aquilo que você toca. Em pleno século 21, nada melhor que reiventar a história do Midas.

domingo, junho 05, 2005

Short Cuts

Mulheres nasceram para sofrer; não é de espantar que elas vivam pedindo declarações de amor. Cartas na Rua, 1983. Buk, o velho de sempre.

sábado, junho 04, 2005

My Lyfe SetList - Isso é música, babe.

Dia desses lá no trabalho, numa dessas dinâmicas de grupo, a gente tinha que responder perguntas pessoais, e aí caiu uma muito legal pra uma colega minha, que era: "Que música marcou a sua vida?" E ela disse que gostava bastante de música, mas que não se ligava nisso de "uma que marcou". Aí eu disparei: "Mas como é que pode, menina? Se tivesse caído essa pergunta pra mim, eu..." Ela: "Pára, você já respondeu a sua, tem mais gente e pouco tempo, não dá". Pois então eu escrevo aqui. :-P Se tivesse caído pra mim a tal questão eu começaria falando assim: Tenho várias músicas especiais! Para cada momento especial, para todos os meus momentos! Tem sempre uma música na cabeça ou nas caixinhas. E aqui eu vou falar umas que eu lembro muito, muito, muito: - Doo Woop, Lauryn Hill, The Miseducation Of Lauryn Hill - Essa música sacodia a república em que morei um tempo no interior da BA. Eu tenho amigas até hoje que são dessa época, e elas sabem bem disso, eu ganhei o cd' de uma professora nossa e acabou virando um hino, depois desse cd' ninguém mais achou bizarro me ver dançando que nem louca na sala. Tanto é que na formatura de uma das minhas amigas, fim de festa, e a gente pediu pro cara tocar essa, só a gente na pista... - I Gotta Find Piece Of Mind, Lauryn Hill, Unpluggead - Na verdae, o cd' que me marcou inteirinho, eu me lembro de estar fazendo as malas pra partir (de novo) para outros lugares, deixa a minha casa, minha mãe, minhas coisas... - SomeDay, The Strokes, Last Night- Eu estava num carro, voltando da praia, e aí colocaram Strokes para tocar. Na hora que essa música começou, eu estava justamente pensando em como era bom estar ali, só ali e eu era a pessoa mais feliz do mundo. Eu não queria mais nada, nada, o amigo que guiava cantarolava uns versinhos e eu era feliz. - Errare Humanum Est, Jorge Ben, Tábua da Esmeralda - Uma certa pessoa que eu amo por ser quem é, por ser linda mesmo sem querer ser, enquanto a música rolava, dizia em voz alta: "Que música... ele foi feliz escrevendo isso... a melhor coisa que ele já fez... 10... 9... 8..." E eu lembro dela assim, cantando isso pra todo mundo que estava presente ouvir, se igualando à Jorge, por que sendo uma das melhores pessoas que eu conheço, ela estava só sendo ela mesmo, sem nenhum esforço. - Security, Joss Stone, Body, Mind & Soul - Ela encheu o quarto com o som do refrão. - Waiting On An Angel, Ben Harper, Live From Mars - Ouvi uma vez e chorei. Depois disso, é difícil não ficar meio assim-assim quando ouço ele me sussurrar: "Angel..." Claro que tem muitas outras. Claro que eu não vou ficar falando de todas elas aqui. Mas é que música é sim uma coisa que me fascina e me entorpece, todos os dias. E sabe qual a pergunta que eu tirei na tal dinâmica? "O que a faz feliz?" Sabe o que eu respondi? Não, né? Eu disse que o que me faz feliz é fazer o que amo, o que gosto e amar. Seja o que ou quem for, amar. Ainda acredito nisso. E acreditar que todos os dias podem se tornarem melhores, isso também me deixava muito feliz. Acreditar que era possível, que haviam esperanças, isso me fazia muito feliz. Eu sei que é bobo, mas quem disse que eu não sou boba?

sexta-feira, junho 03, 2005

Andanças.

Eu sinceramente não vou escrever aqui sobre a minha viagem. Não é pessoal, é intenso demais para ficar ocupando-me em querer descrever as coisas. Se tu passasse sei lá, vai, 360 horas da tua vida com alguém sem se desgrudar pra nada e ainda assim ficar com saudade quando pega o avião tu ia entender o que eu tou falando. E não se engane, pode ser tua mãe, tuas melhores amigas. Pode ser qualquer pessoa, aquela que você quiser que seja. Mas se tiver vontade de continuar perto, de sentir o peso da mão dela na tua quando estiveres passeando pela cidade, tu vai entender que eu não ia nunca conseguir explicar o que é que sinto agora. Faz algum tempo que eu voltei. Então agora não tem muito sentido ficar suspirando. Tenho outros desejos agora, nesse exato momento. Já li muita coisa depois que cheguei. Normalmente gosto muito do que leio, mas posso dizer que odiei ler um livro chamado De Abismos e Vertigens. Primeiro por que na verdade eu ganhei o livro e segundo por que a pessoa lembrou de mim, por que a tal escritora Carol Teixeira disse "ter compulsão por escrever", e eu já disse isso numa das minhas cartas esse meu amigo. Só passei o olho, pra não me sentir culpada de deixar pela metade e querer ler tudo por obrigação, como sempre faço. É insuportável, a menina constata o óbvio na maioria das páginas, além de o tempo todo estar citando outras pessoas pra usar como mote de uma escrita que dura menos que uma folha frente e verso. O que me sobra dela? Inconsistência demais. O que não significa que ela seja de todo ruim. Tem uns estalidos. Ela tenta, forçadamente, parecer gostosa e inteligente. Não que isso seja impossível, ela pode mesmo ser isso, mas MEU DEUS, não desse jeito, não nessa vida. Foi muito melhor ler Adorno por esses dias. Até por que tive uma conversa pra lá de acalorada com alguém que amo, e me surpreendi o quanto eu saí gostando mais dele ainda depois disso.Tão bom quanto sexo, eu sempre disse. Pra muitos não, mas me mantém viva, assim como sexo. Gosto especialmente dele por que acredito que ele não era assim tão pessimista quanto parece pra muita gente. Para mim, é um dos poucos filósofos contemporâneos que escrevia tudo aquilo para dizer "olhem, é realmente catástrófico, mas esperem, ainda há uma maneira, eu sinto que há uma"; não estou dizendo que ele escreveu isso, mas sim que eu sinto isso. Transcrevo então alguém que também gosta de Adorno e o acha tão moderno quanto eu, a Olgária Matos: "Norbert Elias diz que as sociedades podem passar pelas maiores transformações, mas uma coisa que permanece é o encontro da família à mesa quando acontecem as conversas (e aqui vale qualquer família, mesmo pra quem mora em república e afins). É o momento no qual as idéias circulam, as experiências se comunicam. Ora, isso não existe mais. O advento do mundo da insignificância, o desengajamento e a ausência de responsabilidade são questões do próprio capitalismo, na sua forma contemporânea de acumulação, por que ele era necessariamente uma escassez artificial. Esse mundo insone, 24 horas por dia, fica circulando e faz com que nós nos submetamos a um tempo patológico. Quanto mais tecnologia se produz, menos tempo temos. Então, esse sentimento da perda do controle do tempo e das nossas vidas é uma questão mais ampla". Isso fode, não é? Fode! Então agora eu estou lendo a biografia do Dylan por Sounes, e eu já conheço a escrita desse cara, ele tenta ser fiel e cheio de detalhes que para quem ama a pessoa que ele descreve é muito importante. Levando em conta que "biografar" é um dos recursos da pesquisa etnográfica, diria que Sounes é um ótimo garimpador de descrições densas individuais.